Segurança pretende aumentar bancada

Meta é continuar elegendo representantes da área para atuar em defesa dos interesses da classe nas Casas de Lei

Postado em: 03-07-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Meta é continuar elegendo representantes da área para atuar em defesa dos interesses da classe nas Casas de Lei

Venceslau Pimentel*


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A 20 dias para o início do prazo de realização das convenções partidárias, a caserna, em Goiás, começa a se movimentar, de olho na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional. A meta é continuar elegendo representantes das forças de segurança do Estado, para a defesa de seus interesses nas Casas de Lei. 

Dos 41 deputados estaduais eleitos em 2014, apenas dois são da área de segurança: delegada Adriana Accorsi (PT) e Major Araújo (PRP). Dos 17 deputados da bancada goiana na Câmara dos Deputados, dois representam o setor: João Campos (PRB) e Waldir Soares (PSL), ambos delegados de polícia.

Na Assembleia, desde a 12ª Legislatura (1991/1995) a segurança pública tem tido defensores na Casa, a começar pelo Coronel Silveira. Na Legislatura seguinte foram eleitos Abdul Sebba, cabo Nei Percussor, e Coronel Silveira, reeleito. De lá para cá, as forças de segurança foram representadas por Abdul Sebba, Rosiron Wayne, Coronel Queiroz e Marcos Martins, e agora, Major Araújo e Adriana Accorsi.

Recentemente o Fórum Integrado das Entidades representantes dos Militares e Pensionistas fizeram uma consulta para aferir a opinião da classe sobre seus eventuais representantes. A enquete, realizada na primeira quinzena de junho, que ouviu 5.370 pessoas, é uma espécie de prévia para definir ao menos três nomes para a disputa de outubro.

Os três primeiros colocados no levantamento estimulado, como pré-candidatos, são Major Araújo (PRP), Comandante Helbinger e Coronel Adailton, sendo que 14 militares foram citados. No espontâneo, aparecem Araújo, Helbinger e capitão Pedro Rocha, de um total de 24.

Para o Senado, foram listados três nomes na pesquisa espontânea: tenente coronel Caixeta, Capitão Wayne e Sérgio Goiano. Na estimulada, apenas Caixeta e Wayne aparecem.

Para a Câmara dos Deputados, na forma espontânea, receberam votos o coronel Alessandri, sargento Denise, tenente Thiago Fagundes e Major Araújo. Já na estimulada foram apontados o coronel Alessandri, sargento Denise, sargento Alisson Maia, coronel Puglia, tenente Jussimar e sargento Telles.

Em seu segundo mandato na Assembleia Legislativa, Major Araújo considera natural o fato de muitos militares almejarem chegar ao Parlamento goiano por meio do voto, não só da classe, mas também da população de forma geral. “Nosso segmento tem de ter consciência da necessidade de as forças de segurança do Estado ter representantes nas Casas de Leis”, pontua.

Divisão pode perder deputados na Casa 

No caso da Polícia Civil, não há nenhum levantamento que trata sobre nomes da corporação para a disputa eleitoral. Mesmo assim, a deputada delegada Adriana Accorsi (PT) afirma que há uma intensa movimentação na classe sobre o processo sucessório, que ela diz considerar legítimo.

“É bom, por um lado, porque são ideias e visões diferentes, propostas que ganham visibilidade com as candidaturas. Agora, é importante que essa divisão não ocasione a não eleição de representantes da nossa classe, o que aconteceu por muito tempo”, observou a parlamentar.

Adriana chama atenção para o fato de pulverizar candidaturas e correr o risco de a instituição ficar sem representante. “Quando tem muitos candidatos, e dessa vez não é diferente, às vezes não elege ninguém. De qualquer forma temos bons nomes que merecem ganhar, assim como eu acho que mereço, e todos têm o meu respeito”.

Para ela não é saudável querer forçar uma unidade na corporação em torno de determinados nomes, porque são visões diferentes, partidos diferentes. Além do mais, a parlamentar lembra que para a eleição de um ente da corporação são necessários votos de toda a sociedade. “É de interesse da sociedade ter pessoas no Parlamento que entendam de segurança, tanto para defender a valorização dos trabalhadores da área, como para a implantação de políticas públicas que venham de encontro ao atendimento das demandas da sociedade”, diz.

Em seu primeiro mandato na Câmara dos Deputados, Delegado Waldir Soares atribui a sua eleição, como o mais votado nas eleições de 2014, no Estado, com mais de 270 mil votos, pelo clamor da sociedade por segurança. Para ele foi uma resposta à crise que o setor enfrenta no Estado, reflexo do que ocorre em todo o país.

A experiência como delegado, e o fato de ser ativo nas redes sociais, também colaboram pelo seu sucesso nas urnas. “Eu traduzo o que o povo pensa”, disse ele após conhecer o resultado da votação. João Campos foi o nono mais votado, com mais de 100 mil votos. Está em seu quarto mandato.  (* Especial para O Hoje)

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