Barroso se posiciona após fala polêmica: ‘Me referia ao extremismo golpista’

Mais tarde, ministro tentou justificar o discurso: “Utilizei a expressão quando na verdade me referia ao extremismo golpista e violento que se manifestou no 8 de janeiro”

Postado em: 14-07-2023 às 07h30
Por: Redação
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Mais tarde, ministro tentou justificar o discurso: “Utilizei a expressão quando na verdade me referia ao extremismo golpista e violento que se manifestou no 8 de janeiro"

Felipe Cardoso e Mariana Fernandes

Parlamentares da oposição na Câmara dos Deputados começaram a coletar assinaturas para apresentar um pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso. 

Durante discurso no 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) , Barroso disse ter lutado “contra a ditadura e contra o bolsonarismo” ao ser vaiado pela plateia. Após fala polêmica, deputados do Partido Liberal (PL) acusaram o magistrado de prática de atividade político-partidário, vedada a ministros do Supremo. Políticos se manifestaram através do Twitter. 

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“A oposição entrará com processo de impeachment contra Barroso por cometer crime de ‘exercer atividade político-partidária’, previsto no art. 39, da lei 1079/50. Se, por um milagre, houver justiça neste país, a perda do cargo é inegável”, apontou o deputado Nikolas Ferreira (PL). 

Logo em seguida, a deputada Júlia Zanatta (PL) também comentou: “O Ministro do STF e do TSE , Barroso, afirmou em evento da UNE que venceu o Bolsonarismo. Em evento político partidário confessou que atuou contra uma força política. Gravíssimo! Nós, da oposição, entraremos com pedido de impeachment”.

Mais tarde, Barroso publicou uma nota na tentativa de justificar o discurso. 

“Na data de ontem [quarta-feira], em Congresso da União Nacional dos Estudantes, utilizei a expressão ‘Derrotamos o Bolsonarismo’, quando na verdade me referia ao extremismo golpista e violento que se manifestou no 8 de janeiro e que corresponde a uma minoria”, disse o ministro. 

E continuou: “Jamais pretendi ofender os 58 milhões de eleitores do ex-Presidente nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática, que é perfeitamente legítima. Tenho o maior respeito por todos os eleitores e por todos os políticos democratas, sejam eles conservadores, liberais ou progressistas”. 

Essa, no entanto, não é a primeira vez que Barroso se manifesta contra o bolsonarismo. Em novembro de 2022, depois da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) foi abordado por um manifestante em Nova York (EUA) que o questionou sobre o código-fonte das urnas eletrônicas – tema recorrente entre os apoiadores de Bolsonaro. 

Na época, o magistrado respondeu: “Perdeu, mané, não amola”. Alguns meses antes, em junho do mesmo ano, Barroso foi hostilizado por um homem nos EUA, quando estava em Harvard para palestrar. O ministro foi chamado de “demônio” e “boquinha de veludo”.

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