CPMI adia depoimento de Walter Delgatti, o “hacker da Vaza Jato”

A relatora da CPMI, senadora Eliziane Game (PSD-MA), afirma que há “óbices” ao depoimento porque Delgatti está preso

Postado em: 09-08-2023 às 12h35
Por: Luan Monteiro
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A relatora da CPMI, senadora Eliziane Game (PSD-MA), afirma que há “óbices” ao depoimento porque Delgatti está preso. | Foto: Reprodução

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos terroristas de 8 de janeiro adiou o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto para o próximo dia 17 de agosto.

A relatora da CPMI, senadora Eliziane Game (PSD-MA), afirma que há “óbices” ao depoimento porque Delgatti está preso desde o dia 2 de agosto. Já o presidente da CPMI, deputador Arthur Maia (UB-BA), disse que o adiamento dará tempo para que os membros do colegiado analisem provas que chegaram à comissão.

“Penso que a oitiva do hacker Walter Delgatti só será contributiva para a CPMI do 8 de janeiro depois que tivermos acesso aos documentos e provas, como quebras de sigilos e outros. Não adianta ouvi-lo agora sem os elementos necessários para confrontá-lo”, afirmou Maia.

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Nesta quinta-feira (10/8), a CPMI irá ouvir a policial militar do Distrito Federal Marcela da Silva Morais Pinno, que foi jogada de uma das cúpulas do Congresso, a uma altura de 3 metros, ao tentar barrar a invasão do prédio.

A PF investiga Delgatti por uma suposta invasão ao sistema do Poder Judiciário. Os crimes investigados ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro deste ano. Segundo a PF, Delgatti inseriu no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, possivelmente, de outros tribunais, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos, além de um mandado de prisão falso contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Na operação que prendeu o hacker, os policiais também cumpriram mandados de busca em endereços da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A PF suspeita que a parlamentar tenha contratado o hacker para incluir documentos no sistema judicial e, possivelmente, interferir nas urnas eletrônicas utilizando o código-fonte.

As investigações encontraram pagamentos de dois assessores de Zambelli ao hacker de forma fracionada. Um requerimento de convocação da deputada foi protocolado na CPMI, mas ainda não foi votado.

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