PT performa abaixo do esperado e conta com apenas 12 pré-candidaturas nas capitais

Partido também quer vice de Boulos, em São Paulo, e dos prefeitos que buscam a reeleição no Rio de Janeiro e Recife

Postado em: 06-11-2023 às 07h47
Por: Francisco Costa
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Partido também quer vice de Boulos, em São Paulo, e dos prefeitos que buscam a reeleição no Rio de Janeiro e Recife | Foto: Rovena Rosa/ABr

Faltam menos de um ano para as eleições municipais de 2024 e o PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está de olho em, pelo menos, 12 capitais pelo País. Uma delas é Goiânia, com a deputada federal Delegada Adriana Accorsi (PT).

Além da cidade goiana, o partido deve lançar cabeça de chapa majoritária em, pelo menos, outras 11 capitais. São elas: Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Vitória (ES), Aracaju (SE), Maceió (AL), João Pessoa (PB), Natal (RN), Fortaleza (CE), Teresina (PI), Cuiabá (MT) e Campo Grande (MS).

Alguns nomes são: as deputadas federais Maria do Rosário (Porto Alegre) e Natália Bonavides (Natal); e os deputados estaduais Fábio Novo (Teresina), o deputado estadual e ex-prefeito João Coser (Vitória). Ainda há outras possibilidades, como em Belo Horizonte (MG) com o deputado federal Rogério Corrêa e em Florianópolis (SC) e Salvador (BA).

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O partido também quer a vice em São Paulo, tendo o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) como cabeça de chapa. O pessolista lidera as intenções de voto na maior capital do País (32%), conforme levantamento DataFolha.

Há, ainda, o Rio de Janeiro, onde a sigla quer indicar a vice de Eduardo Paes (PSD), e no Recife, de João Campos (PSB). Ambos disputam a reeleição. 

Análise

Para alguns analistas, o número é baixo, considerando a posição do PT no governo federal. Contudo, não é o que pensa o professor e cientista político Marcos Marinho. Ao Jornal O Hoje, ele diz não concordar com uma avaliação meramente quantitativa nessa questão. 

“Eleição municipal tem variáveis próprias e, principalmente, a lógica partidária não pode ser avaliada simplesmente de modo vertical. Há, em cada localidade, uma dinâmica política própria, onde os pesos dos partidos podem não representar a configuração em nível nacional”, esclarece. 

“Além disso, muito provavelmente deve haver agora, em 2024, uma compensação por parte do PT aos partidos que se aliaram a ele para a eleição de Lula”, continua. “O jogo municipal tem regras próprias”, arremata.

Bolsonarismo

Em muitos municípios o partido deverá antagonizar a disputa com candidatos bolsonaristas, mantendo a polarização. Em Goiânia não será diferente. Se Lula tem Accorsi, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem o deputado federal Gustavo Gayer (PL).

Em 2020, ambos entraram na disputa pelo paço de Goiânia. Adriana terminou na terceira colocação com 13,39%, enquanto Gayer ficou em quarto, 7,62%. Foram ao segundo turno Maguito Vilela (MDB), que levou, e o senador Vanderlan Cardoso (PSD).

E é justamente o senador Vanderlan Cardoso que tem liderado as pesquisas eleitorais mais recentes. O senador, que preside a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado, deve lançar a pré-candidatura no que vem. Ele irá se licenciar do Congresso após a aprovação da reforma tributária.

Mas além dele, Accorsi e Gayer também terão pela frente o prefeito da capital, Rogério Cruz (Republicanos), que assumiu a cadeira após o falecimento de Maguito. O gestor tem a máquina e também tem conseguido apoios importantes, como do PP e PDT. Há, ainda, uma articulação para Jânio Darrot (MDB) entre na disputa pela base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), posição almejada pelo presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto. 

Em Goiás

Hoje, o foco do PT em Goiás, contudo, é emplacar um exército de vereadores, uma vez que não há tanta tradição do partido no Estado amplamente. Além de Goiânia, a sigla tem força em Anápolis, onde terá o deputado estadual Antônio Gomide na disputa, e algumas outras cidades pontuais do interior.

Na capital, a presidente Neyde Aparecida não fala em números, mas diz que a legenda trabalha para formar uma chapa competitiva de várias regiões e segmentos. “O diretório municipal, na última semana, aprovou o nome da deputada Adriana [Accorsi] como pré-candidata à prefeita e a abertura das inscrições para candidatos à Câmara de Goiânia”, ressalta. 

O município, no último pleito, só elegeu um vereador. Uma fonte consultada pelo Jornal O Hoje, citou que a composição será forte no ano que vem e terá nomes como da atual vereadora, a presidente do PT Goiás Kátia Maria; do suplente de deputado estadual Fabrício Rosa; possivelmente do ex-candidato ao governo Wolmir Amado e outros. 

Aparecida de Goiânia, por sua vez, não teve nenhum parlamentar eleito. Apesar disso, as expectativas estão altas, segundo o presidente municipal da legenda, Adriano Montovani. O partido está “montando uma chapa com a expectativa de fazer três vereadores (com a federação)”, destaca. Como estratégia, ele cita que os governos do PT, Lula e Dilma, deixaram uma marca positiva inegável em Aparecida, na questão social, educação e saúde.

“Então é resgatar esse sentimento das pessoas que vivenciaram esse momento dos governos do PT, em Aparecida. Lula foi bem votado no município, mesmo com os ataques que sofreu nos últimos anos. Assim, vamos bater nessa tecla, da importância de reforçar o partido para trazer mais recursos para cidade, que é o que realmente importa”, destacou. 

Da mesma forma, o deputado federal Rubens Otoni, que faz parte de um Grupo de Trabalho de preparação para as eleições do próximo ano em Anápolis, lembra que uma das tarefas é a montagem de uma chapa de vereadores competitiva. “Já tivemos cinco vereadores na Câmara e queremos retomar esta representatividade.”

Ele cita que a candidatura a prefeito pelo PT já está definida e será o Antônio Gomide, o que contribui para a força da chapa de vereadores. “A chance real de vitória do nosso candidato a prefeito pode ser mais um fator de estímulo ao eleitorado”, pontua. Além disso, ao observar o “fator Lula”, diz ser natural que um governo avaliado positivamente possa contribuir.

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