Na contramão do nacional, PSD goiano busca força para 2024

Partido angariou, a nível nacional, 308 novos prefeitos desde a eleição de 2020; Goiás perdeu

Postado em: 12-12-2023 às 09h30
Por: Yago Sales
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Em Goiás, a expectativa da legenda, para o ano que vem, é, além de expandir o quantitativo de prefeitos, aumentar o número de vereadores | Foto: Reprodução

É inegável que surpreende, e muito, que o Partido Social Democrático (PSD) tenha mais prefeitos do que os partidos bambambãs (leia-se MDB, PT, PL, entre tantos da lista quase interminável de siglas partidárias brasileiras). O partido comandado por Gilberto Kassab (ex-prefeito de São Paulo) ganhou, desde o pleito de 2020, 308 chefes de executivo. Elegeu 660 prefeitos, mas chega, às vésperas da eleição do ano que vem, com 968 prefeitos. 

Em Goiás, foram eleitos dez prefeitos e dez vices. Um, no entanto, deixou a legenda para filiar-se ao União Brasil do governador Ronaldo Caiado. Trata-se de Fernando Pellozo, prefeito de Senador Canedo, que, inclusive, era um dos pupilos do atual presidente da sigla, o senador goiano Vanderlan Cardoso, que, inclusive, é presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), uma das mais importantes do Senado Federal. Um dos principais instrumentos, na verdade, da discussão político-econômica do País. 

Entre os 17 deputados federais, no entanto, a sigla conta com apenas um parlamentar, o médico e ex-secretário de Saúde, Ismael Alexandrino. Já na Alego, são dois: Wilde Cambão e Cairo Salim. Por trás dos nomes eleitores, inclusive como cabeça do diretório do partido estadual, regionais e municipais, está um dos homens mais respeitados da política goiana, o ex-candidato ao Senado – na base indireta de Ronaldo Caiado – Vilmar Rocha. Ele deixou a presidência do partido para dar lugar a Vanderlan Cardoso.  

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Em Goiás, a expectativa da legenda, para o ano que vem, é, além de expandir o quantitativo de prefeitos, aumentar o número de vereadores, sobretudo em Goiânia, que tem apenas uma parlamentar: Luciula do Recanto, ligada à causa animal, tendo, inclusive, rivalizado com o deputado Amauri Ribeiro (UB) com trocas de acusações. 

A seguir, a lista dos prefeitos que permaneceram na sigla:Borges, de  Alto Horizonte; Milton, de Araçu; Pablo Geovanni, de Campos Belos; Gil, de Cromínia; Dr. João Antônio, de Inhumas; Alex Gás, de Ipiranga de Goiás; Natair, de Morro Agudo de Goiás; Dr. Fernando Carneiro, de Niquelândia; Padre Weber, de Rubiataba. 

Fundador e primeiro presidente em Goiás do PSD, Vilmar Rocha concedeu uma entrevista ao jornal O Hoje em setembro em que discorre sobre a situação da sigla. “Continuo no partido, trabalhando para fortalecer e crescer no pleito municipal.” Experiente, ele entende que a sigla deveria já definir a pré-candidatura para a prefeitura, especialmente de Goiânia, entre outubro e novembro, um ano antes das eleições de 2024.

E para ele, o sucessor na presidência, senador Vanderlan Cardoso, é o candidato natural. “O Vanderlan é o nome partidariamente natural. Se ele quiser, ele tem toda legitimidade para ser candidato. Mas se não for, aí zeramos o jogo e reiniciamos a discussão”, argumenta. Para ele, o pleito está favorável ao congressista. 

Vale lembrar, Cardoso, que é ex-prefeito de Senado Canedo, bateu na trave duas vezes em eleições de Goiânia. Em 2016, foi ao segundo turno com Iris Rezende. Já em 2020, enfrentou Maguito Vilela na parte final do pleito. Ambos os adversários eram emedebistas. “Então, acho que ele quer [disputar]”, opina Vilmar. “Mas precisa definir logo.”

A defesa de Vilmar pela agilidade na definição também tem a ver com a formação de chapa de vereadores. Segundo ele, fazer uma chapa completa é tarefa árdua, uma vez que existe a cota de gênero e o prazo é curto se deixar para o ano que vem. “Se definir este ano, tem até abril de 2024. Lembrando que dezembro e janeiro são praticamente recessos. Se deixar para o ano que vem, sobra apenas fevereiro e março, praticamente.”

Segundo ele, além da questão da chapa de vereadores, é necessário estruturar a campanha, “que começa em 7 de abril [a pré-campanha]”. “É tão ou mais importante que a campanha. Pode fazer de tudo, reuniões, encontros, e tem o dobro do prazo da campanha. Resumindo, até abril é preciso chapa de vereadores completa, campanha estruturada e propostas definidas”

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