Goiânia e Anápolis devem ter polarização Lula-Bolsonaro nas eleições municipais

Rivalidade entre petistas e bolsonaristas deve marcar o pleito de 2024

Postado em: 19-12-2023 às 07h30
Por: Francisco Costa
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Lula e Bolsonaro querem aumentar a quantidade de prefeituras e, por isso, focarão em municípios com maiores chances de sucesso | Foto: Reprodução

Em Goiânia e Anápolis, o cenário político pode reeditar as rivalidades de 2022, com polarização dos líderes políticos Lula (PT) e Bolsonaro (PL) – assim como em boa parte do País, na verdade. Ambos querem aumentar a quantidade de prefeituras e, por isso, focarão em municípios com maiores chances de sucesso. 

Na capital, dois deputados devem se antagonizar no pleito do ano que vem com as bênçãos dos políticos. Do lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a deputada federal Adriana Accorsi já foi aclamada pré-candidata e aparece com certo favoritismo entre os nomes colocados. 

Adriana disputou o páreo em 2016 e 2020, terminando em quinto lugar e depois em terceiro. Em pesquisas de intenções de votos já divulgadas, ela costuma aparecer entre os primeiros, normalmente atrás do senador Vanderlan Cardoso (PSD). 

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O entorno da petista, desta vez, acredita que o “fator Lula” possa impulsionar a candidatura da deputada, que vem de uma crescente. A mesma aposta, mas pelo “lado Bolsonaro”, acontece pelo grupo do deputado federal Gustavo Gayer (PL), pré-candidato do ex-presidente em Goiânia.

Em 2020, ele surpreendeu e conseguiu terminar em quarto no páreo pela prefeitura de Goiânia em sua primeira disputa. Dois anos depois, na corrida pela Câmara Federal, ele terminou na segunda colocação. 

Gayer também tem pontuado bem nas pesquisas, mas analistas afirmam que ele precisa furar a bolha bolsonarista para ter sucesso. O político tem apostado em uma oposição radical ao governo Lula e nas pautas conservadoras. 

Anápolis

Em Anápolis, o PT também tem nome. O ex-prefeito Antônio Gomide, hoje deputado estadual, é o pré-candidato da legenda na cidade. Em 2020, ele concorreu à prefeitura, mas terminou em segundo lugar. Ele foi derrotado pelo prefeito Roberto Naves (Republicanos), reeleito naquela eleição. A avaliação dos aliados do petista, todavia, é que, sem o atual gestor, o petista desponta como favorito na corrida eleitoral. 

Em 2008, o petista disputou a prefeitura e, no segundo turno, garantiu 75,6% dos votos, sendo eleito. Em 2012, houve a reeleição em primeiro turno e com marca histórica, à época. Foi o prefeito mais votado do País em cidades com dois turnos, chegando a marca de 88,93% dos eleitores. No ano de 2016 se tornou vereador na cidade e, em 2018, deputado estadual com 36.998. Em 2022, foi reeleito com 45.256. Pelo histórico, as bases querem e acreditam no sucesso dele em 2024.

Quem deve antagonizar com ele, buscando o bolsonarismo, é o deputado federal – que substitui o licenciado Célio Silveira (MDB) – Márcio Correa (MDB), que teve mais de 60 mil votos no ano passado. Ele também disputou o pleito municipal de 2020, mas terminou em terceiro lugar. Recentemente, ele esteve com o presidente da Argentina, Javier Milei. À época, apareceu sorridente ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Quem também poderia entrar no páreo é o homem de confiança de Bolsonaro, o ex-deputado federal Major Vitor Hugo (PL), mas ele tem mantido a participação na disputa sem detalhes. O político, contudo, defende a união da direita para derrotar Gomide, o que pode significar uma convergência com Correa em nome do antipetismo e a favor do bolsonarismo.

Líderes

Goiás é o “quintal” de Bolsonaro. O político vem com frequência ao Estado, que deu vitória a ele nas eleições de 2022 – o que não foi suficiente. Com certeza, estará presente para as eleições de 2024 para garantir o plano de “mil prefeituras” pelo País.

O presidente Lula, por sua vez, pode ou não vir a Goiás. Ele não esteve no Estado durante a campanha e nem depois de eleito – mas cancelou agendas. A avaliação de analistas é o baixo ganho político, uma vez que o ente federativo é conservador e com baixa densidade eleitoral. Ainda assim, aliados esperam a presença – nem que seja na capital – para impulsionar as candidaturas aliadas.

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