Vices que assumiram em 2 capitais buscam espaço pela recondução

Rogério Cruz e Ricardo Nunes aceleram articulações rumo as eleições que se aproximam

Postado em: 22-01-2024 às 09h40
Por: Gabriel Neves Matos
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Rogério Cruz e Ricardo Nunes aceleram articulações rumo as eleições que se aproximam | Foto: Divulgação

O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), não esconde de ninguém o desejo de ser reeleito nas eleições municipais deste ano. O atual chefe do executivo municipal tomou posse definitiva do cargo no dia 15 de janeiro de 2021 após o falecimento do então prefeito licenciado da capital, Maguito Vilela, de quem fora vice no pleito de 2020. 

Meses depois, naquele mesmo ano, no dia 16 de maio, a cidade de São Paulo também perdeu o prefeito eleito Bruno Covas (PSDB), que morreu, aos 41 anos, por complicações de um câncer. Mesmo magro e debilitado, ele não se afugentou do sonho político e fez campanha na maior metrópole da América Latina — que o elegeu. Em seu lugar, assumiu o vice Ricardo Nunes (MDB), que, na primeira ação como prefeito, decretou luto de sete dias na cidade em virtude da morte de Covas.

As semelhanças dos dois episódios, resguardada as devidas proporções, igualam Goiânia e São Paulo como duas das cidades brasileiras que tiveram de encarar, respectivamente, a perda de seus prefeitos e, posteriormente, a gestão dos vices no período dos últimos quatro anos, desde a eleição municipal de 2020. 

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Na cerimônia de posse na Câmara Municipal de Goiânia, dois dias depois da morte de Maguito Vilela, o novo prefeito Rogério Cruz enfatizou o luto pela perda do ex-governador, que faleceu em decorrência de uma infecção pulmonar, ocasionada pelo coronavírus, e depois de mais de 80 dias internado em um hospital da Capital e no Albert Einstein, em São Paulo, para onde fora transferido por causa do agravamento da doença. 

“Estou aqui, hoje, com os sentimentos aflorados e de tristeza, ainda, pela perda do Maguito”, afirmou Cruz na ocasião enfatizando ser fiel ao projeto para a cidade que havia construído com o ex-governador. “Ao executar o plano de governo que construímos juntos, quero fazer por Goiânia tudo aquilo que Maguito sonhou e projetou.”

Três anos depois do discurso na Câmara, e às vésperas do encerramento do primeiro mandato à frente do Paço Municipal, Cruz trabalha intensamente para angariar apoio e viabilizar seu nome na corrida eleitoral por Goiânia.

Em entrevista ao jornal O HOJE no fim do ano passado, o prefeito declarou querer ser o nome “ungido” pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB). “Todo mundo quer ter a mão do governador abençoando. Eu também quero. Lá atrás, apoiei o governador [em seu projeto de reeleição], e fui contra o meu próprio partido. Com o nosso apoio, o governador venceu em primeiro turno”, afirmou Cruz. 

“Ele [Caiado] me disse que se eu me viabilizasse — o que entendo perfeitamente —, caminharemos juntos. Então vamos fazer uma análise, vamos fazer estudos”, prosseguiu o prefeito na ocasião. “Posso estar com a máquina na mão, mas se não tiver viabilidade para isso, vou fazer campanha para quê? Para me desgastar? Se não tiver viabilidade vou ‘tirar o pé’. Mas se tiver, vamos em frente. O governador tem, hoje, mais de 80% de aprovação. Ele vai colocar a mão em qualquer um? Não vai. Ele está corretíssimo.”

O apoio de Caiado não é lido no meio político como algo simples de conquistar. Cruz, no entanto, tem como prerrogativa a lealdade ao mandatário, conforme ele próprio justifica ao ser questionado sobre o assunto. Lealdade que foi vista quando sua sigla, o Republicanos, apoiou a candidatura de Gustavo Mendanha ao governo de Goiás, em 2022, pelo Patriota. Na contramão do próprio partido, o prefeito de Goiânia fez o seu “fico” ao apoiar a candidatura do governador, reeleito com folga em relação aos adversários. 

A cerca de oito meses para as eleições, Caiado ainda não declarou oficialmente quem apoiará em Goiânia neste ano. Além do prefeito Rogério Cruz, nomes como o do presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (UB), do ex-prefeito de Trindade, Jânio Darrot (MDB), e do senador Vanderlan Cardoso (PSD) circulam como possíveis pré-candidatos neste ano. 

Diferentemente da realidade goiana, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, já goza do apoio do governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Durante entrevista coletiva concedida no Palácio dos Bandeirantes, na semana passada, ao ser questionado por jornalistas sobre se o eleitor poderia entender que ele iria apoiar a reeleição do emedebista, Tarcísio respondeu: “Acho que o eleitor pode entender, sim. […] Jeito sutil de arrancar a informação da gente”, disse aos repórteres. “É isso, é lógico”, completou o governador.

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