Igreja ‘fracassa’ em Anápolis com desdém a Márcio Cândido

Pelo menos a igreja em Goiás. Cândido, embora preterido, está tranquilo, “conformado”

Postado em: 08-04-2024 às 09h20
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: Igreja ‘fracassa’ em Anápolis com desdém a Márcio Cândido
O nome de Cândido, ao que parece, foi preterido pela ala conservadora ligada a Jair Bolsonaro | Foto: Reprodução

Afinal, o que é a igreja? Existe uma máxima de que “a igreja somos nós”. Depende. Pode ser uma instituição, devidamente organizada. Como unidade espiritual, é apropriada para, em prol de Deus de Abraão, de Isaac, e de Jacó, adoração. Mas, pode ser um agrupamento político-ideológico capaz de abençoar ou desprezar qualquer nome. Eleger ou derrotar, em casos de eleições. 

Anápolis é uma das cidades goianas mais importantes. Incapaz de encará-la como um dos eixos políticos não apenas de Goiás, mas do País, sobretudo pela importância econômica que sua veia industrial reverbera. E tem o Porto Seco. Para citar apenas um exemplo. 

Atualmente, o prefeito, em segundo mandato, é Roberto Naves. Recentemente ele deixou o PP – de Alexandre Baldy – e não apenas filiou-se ao Republicanos, como tornou-se o presidente estadual da sigla, tornando-se um dos homens de confiança, em todo o País, do vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcos Pereira – o rosto político da Igreja Universal do Reino de Deus, ou seja, Bispo Edir Macedo. 

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Por dois mandatos, Naves caminhou com Márcio Cândido, um conhecido pastor da Assembleia de Deus de Anápolis. Ele não é apenas pastor de título. Dirigiu igrejas. Isto, no meio evangélico, conta muito. É o tipo de religioso que sabe como “cuidar das ovelhas”, como fez Davi, com capacidade até para tirá-las da boca de leão e ursos. E, para Cândido, predominantemente à direita, não tem boca mais afiada e maldosa do que o esquerdismo e comunismo. 

Ele até dissertou sobre tudo isso em uma entrevista ao jornal O Hoje semanas atrás, quando ele estava bastante confiante de que seria – não apostava tanto como candidato do prefeito – mas do bolsonarismo. O nome de Cândido, ao que parece, foi preterido pela ala conservadora ligada ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro para outro Márcio, o Márcio Corrêa. Este, inclusive, ficou quietinho depois que um grupo de pastores influentes da Assembleia de Deus não apenas anapolina, mas estadual – entre eles o Bispo Oídes – esteve no Palácio das Esmeraldas para tentar mostrar força ao governador Ronaldo Caiado em apoio a Márcio Cândido. Não deu certo. 

O que tem se falado, contudo, é que Silas Malafaia, o homem que Bolsonaro ouve, deu as cartas na cidade em prol de Márcio Corrêa. Enquanto isso, o prefeito da cidade despistou qualquer chance de apoiar o seu vice para colocar no jogo o nome de sua ex-secretária de Educação e Integração Social Eerizania Freitas na corrida eleitoral.

Ao mesmo tempo, o candidato de Jair Bolsonaro passa a ser Márcio Correa que, inclusive, no mandato de deputado federal que ele teve por alguns meses, fez bem o trabalho de casa. Se aproximou da ala ideológica do bolsonarismo na Câmara Federal, consolidando-se. Ele até esteve na posse do presidente de direita da Argentina Javier Milei. Posou ao lado de Bolsonaro, todo sorridente. E também esteve no ato em São Paulo, em apoio ao ex-presidente depois da ofensiva da Polícia Federal. 

De qualquer maneira, este é, por ora, o cenário. Tudo pode mudar. Afinal, espera-se disputas internas de partidos, pesquisas com eleitorado. O fato é: a base da direita tem um desafio eloquente: derrotar a ascensão do candidato do PT de Lula da Silva, o deputado estadual Antônio Gomide, que, por enquanto, lidera em todos os cenários. (Especial para O Hoje). 

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