Bruno Peixoto mostra as garras à base caiadista

Presidente dá o troco àqueles que disseram que ele ‘já tinha ganhado’ a Alego ao preteri-lo da corrida pela prefeitura

Postado em: 16-04-2024 às 07h30
Por: Luan Monteiro
Imagem Ilustrando a Notícia: Bruno Peixoto mostra as garras à base caiadista
‘Quer, agora, o MDB, que já tem o governo em 2026, indicar a vice?’, é o contra-argumento | Foto: Carlos Costa/Alego

Nos bastidores da política goiana, a informação é que o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (UB), decidiu mostrar as garras à base caiadista. Não é novidade que Bruno tem articulado, com o respaldo de diversos deputados, a indicação de um vice ao projeto, por ora, encabeçado pelo ex-deputado federal e possível nome do governador Ronaldo Caiado (UB) em Goiânia, Sandro Mabel (UB). 

Desde que Mabel foi ao encontro dos deputados na Alego, há duas semanas, Bruno fala abertamente sobre o interesse do Parlamento em ter um nome ‘dos deputados’ na vice governista. Há quem aposte, sem qualquer receio, que ‘dessa vez’ o político não vai ceder. 

O ‘dessa vez’ diz respeito ao fato de que Bruno teve seu desejo de mergulhar na disputa pela prefeitura de Goiânia preterido pela base do governador. Há quem diga que o deputado ‘nunca engoliu’ essa história e que, se não for atendido agora, vai marcar posição, seja ela, ou não, condizente com os desejos do governador.

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A avaliação é que o deputado entendeu que já não depende do governador para alçar voos mais altos — leia-se ser eleito deputado federal em 2026 —,  muito menos para garantir sua permanência no protagonismo da Alego — logo após ser conduzido à presidência, Peixoto costurou, imediatamente, a antecipação da eleição para o segundo biênio da Legislatura. Portanto, será presidente do Parlamento até 2025. 

O entendimento é que Bruno está no União Brasil, o que não significa dizer que é União Brasil. Portanto, quando se fala que a indicação da vice deve passar pelo MDB, partido do vice-governador de Goiás, Daniel Vilela, Peixoto devolve a mesma moeda dizendo que o  MDB terá governo em 2026. ‘Ou seja, quer, Daniel, também indicar a vice como quis Bruno se lançar à prefeitura?’, é o entendimento. 

Em paralelo ao descompasso, na última semana a reportagem do O HOJE mostrou que o político segue trabalhando a todo vapor pelos bastidores. Ainda que tenha ‘desistido’ de seu projeto em Goiânia, Bruno não abandonou o desejo de sair da eleição que se aproxima mais influente do que entrou.

Nesse contexto, Bruno tem buscado fortalecer seu grupo político já alicerçado por ao menos quatro partidos: Agir, Avante, PRD e PSB. Ao Agir, inclusive, Bruno viabilizou a filiação de sua esposa, Luciene Peixoto, que tende a ser bancada pelo grupo como a indicação para a vice de Mabel. 

O empresário declarou, durante passagem recente pela Câmara Municipal de Goiânia, que tem um carinho especial pelas mulheres e que certamente a vice será analisada com outros olhos na eleição que se aproxima.

“Eu tenho um carinho por mulheres e trabalho com muitas. Acho que as mulheres têm toda condição e por isso tem crescido muito em competência. Trabalho com mulheres em todas as áreas, diretoras, enfim. Se for esse o perfil [que o eleitorado busca] acho que pode ser, sim; mas, claro, que seja competente e tenha condições de dar continuidade na gestão caso a gente falte. O que não podemos é colocar alguém que não tenha condições de continuar o trabalho”, disse sem citar nomes. 

Se a base disser amém, Luciene assumirá posição ao lado do empresário que, de quebra, ganhará o reforço das lideranças das cinco siglas atualmente não pertencentes à base do governo. Caso contrário, a informação é que Bruno desembarcará. Não do partido, pois caso o faça perderá seu mandato, mas do projeto da base em Goiânia. 

Nos bastidores já se comenta que o político informou abertamente que o bloco não apoiará o empresário se não tiver direito à indicação. Diante do imbróglio, o governador deve trabalhar pela pacificação, se conseguirá, ou não, só o tempo dirá. 

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