“Não deixarei dívida para o sucessor”, garantiu o prefeito de Goiânia, Iris Rezende

Ao apresentar as contas para os vereadores, o prefeito se pautou pelo corte de gastos e no ajuste de contas, para o equilíbrio das finanças

Postado em: 26-02-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Ao apresentar as contas para os vereadores, o prefeito se pautou pelo corte de gastos e no ajuste de contas, para o equilíbrio das finanças

Venceslau Pimentel* 

Depois de dois anos de gestão “arrumando a Casa”, como ele costuma dizer, o prefeito Iris Rezende (MDB) garantiu ontem que, ao final de seu mandato, em dezembro de 2020, não vai deixar dívidas para o seu sucessor na prefeitura de Goiânia.

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“Não vou deixar um centavo de dívida para o próximo prefeito. Ele vai receber a prefeitura arrumadinha. É esse o meu objetivo”, disse ele, ao anunciar um superávit primário de R$ 148 milhões aos vereadores, durante apresentação de metas fiscais de sua gestão. “Eu vim para consertar e se Deus quiser, e com a ajuda de vocês, vou deixar a prefeitura zeradinha”, reafirmou.

Segundo ele, a administração se pautou pelo corte de gastos e no ajuste de contas, para o equilíbrio das finanças. “Foi um período de complexa travessia. Nossos esforços para superação de desafios, sem deixar de lado a busca por mais eficiência nos serviços para população, foram incessantes”, afirmou. “Frente ao novo panorama, a prefeitura já tem programado, por exemplo, um pacote de obras que deve alcançar investimentos na ordem de R$ 635,6 milhões”, estima.

Diante desse novo cenário de equilíbrio das contas públicas da prefeitura, Iris Rezende disse considerar já superada os desafios iniciais de sua administração, desde que assumiu o cargo em janeiro de 2017. Assegurou que a máquina administrativa está pronta para investimentos estratégicos para a cidade e a população, com a garantia de recursos do Tesouro municipal, somados a recursos advindos de convênios e contratos com os governos estadual e federal.

É o caso, por exemplo, do prolongamento da Avenida Leste-Oeste, que depende da contrapartida do Governo de Goiás. Durante a entrevista, Iris disse esperar o atual governo dê cumprimento ao que foi acertado com a gestão anterior, de repassar R$ 35 milhões, mesmo valor da contrapartida da prefeitura, totalizando R$ 70 milhões.

Outra obra de destaque é o BRT Norte-Sul, financiado pelo governo federal, mas também com a contrapartida da prefeitura. O prefeito informou que, na retomada do lado norte da obra, são 100 milhões da União.

Em relação ao trecho que corta a Avenida Goiás, no Centro, o prefeito admitiu que tinha restrições, mas disse ter sido convencido por técnicos envolvidos no projeto, de que “não haverá mudança trágica que venha a violentar a avenida, e então vamos prosseguir (com a obra), retirando algumas peças que podiam representar entrave no tráfego da Avenida”, pontuou. “Vamos atuar para não paralisar nenhuma dessas obras”.

Na lista das obras a serem executadas também estão quatro viadutos localizados no cruzamento da Avenida 136 com Marginal Botafogo; na confluência entre o Setor Leste-Universitário e o Jardim Novo Mundo; entre Rua 90 e a Avenida 136; e no encontro da Avenida 136 com 2° Radial.

Ainda estão relacionadas a pavimentação de todas as ruas habitadas de 30 bairros; o recapeamento de 630 quilômetros de vias; a restauração da Estação Ferroviária e Praça do Trabalhador; e conclusão das obras do Hospital e Maternidade Oeste, no Conjunto Vera Cruz.

Com o equilíbrio das contas, a prefeitura conseguiu melhorar o seu desempenho no índice de Capacidade de pagamento (Capag), que é uma avaliação de solvência feita pelo Governo Federal como parte do sistema de garantias da União com objetivo de permitir apenas contratos de operação de crédito em volumes sustentáveis.

De acordo com a Secretaria Municipal de Finanças (Sefin), trata-se de pré-requisito para a concessão de aval para contratação de operações de crédito. A prefeitura, por exemplo, depende da Capag para a liberação de recursos visando a reconstrução da pavimentação das vias de Goiânia. Projeções da Secretaria apontam que Goiânia deve obter classificação fiscal B na Capag, como resultado da melhora no indicador Liquidez.

Classificação

Ainda de acordo com dados da Sefin, a capital alcançou nota C, que é uma classificação abaixo da necessária à captação de recursos, tendo a União como avalista. A pasta aposta que o resultado oficial da Capag, a ser divulgado ainda este semestre, deverá apontar classificação A para Goiânia, pelo menos em dois dos três indicadores que compõem a análise: liquidez e endividamento. Apenas no índice poupança corrente a cidade deve manter nota B.

Mais uma vez o prefeito ponderou que definiu como prioridade a reorganização orçamentária, combinada com o trabalho de uma pauta estratégica, “que pudesse balizar o crescimento da nossa cidade, independente das consequências nacionais do período político que estamos vivendo”,  reafirmou.  (* Especial para O Hoje)

 

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