Espírito natalino: momento para doar um pouco de si

Para além das tradições da data, essencial é trabalhar coletivo e amor ao próximo

Postado em: 23-12-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Para além das tradições da data, essencial é trabalhar coletivo e amor ao próximo

Bruna Policena*


Véspera de Natal: o comércio fecha as portas mais tarde, o movimento nas ruas e nos corredores dos shoppings são enlouquecedores, e são encontradas infinitas propagandas de presentes e promoções natalinas nos supermercados. É um lavando a casa, enquanto o outro está na cozinha ajeitando os preparativos da ceia. A decoração tem o estilo europeu e, as cores, de inverno, em pleno verão goiano. Comprar os presentes de última hora leva embora todo o 13º salário, mas, ainda assim, o tal espírito natalino cativa até quem não é tão apegado ao significado original da data – o nascimento do menino Jesus.

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A tradição de reunir a família ao redor da mesa e a troca de presentes é um momento realmente memorável e que, aparentemente, compensa todo o esforço de véspera. A data é marco simbólico do nascimento daquele que viveu e morreu para se dedicar ao próximo, e por que não usá-la para refletir sobre nossas atitudes enquanto sujeitos agentes no mundo? Se a ideia é dedicar-se à família em um momento especial, o espírito natalino pode, então, se estender ao próximo – que muitas vezes não faz parte do seu cotidiano e não tem oportunidade de compartilhar momentos assim. 


Presentes

A necessidade do outro pode vir a ser uma ação natalina, uma nova tradição da sua família. Separar os brinquedos das suas crianças para doar, roupas, sapatos, alimentos, qualquer coisa que dada de coração, pode ser um presente especial. Acaso não tenha conhecimento de projetos sociais, ou não tenha contato com comunidades carentes, com toda certeza há alguém bem próximo que precise de algo que não tem mais funcionalidade. Estimulado esse sentimento de coletivo que transbordam suas redes familiares, o próximo ano que entra será muito mais próspero, pois o ditado popular já diz que tudo que fazemos ao próximo volta em boas conquistas. 

E claro que a tradição dos presentes é uma parte muito cultivada, e não deve ser desconsiderada do Natal, já que é um hábito e incentivo muito forte da cultura brasileira. Comprar pode se tornar também uma oportunidade de ajudar quem se dedica a fazer algo autoral, feito à mão, e deixa o presente muito mais afetivo. Em Goiânia, há muitos espaços e feiras de produtos artesanais que facilitam a busca dos presentes comprados de ultima hora. A Feira do Cerrado, atrás do Estádio Serra Dourada, terá uma edição especialmente natalina para ajudar os goianos atrasados com os preparativos. 


Passeios

Acaso sua família goste de um momento conjunto, passear pela cidade na véspera de Natal ajuda a aquecer o coração de quem tem carinho pela data. Neste ano, alguns lugares da cidade estão enfeitados, como a Praça Tamandaré com seu túnel de pisca-piscas, a Praça da Assembleia em tons azuis, a árvore gigante feita de garrafas pet no meio do Parque Vaca Brava e a Praça Cívica que, nesta edição, tem um conceito muito goiano, misturando elementos e cores tradicionais do Natal, com temáticas da cultura e características do Cerrado. 


Tecnologia

Os celulares parecem ser inimigos ferozes da interação familiar em datas como o Natal. E, realmente, as pessoas têm se expressado muito mais por meio de mensagens virtuais do que feito dedicatórias reais. E, se o Natal é um momento de confraternização e amor ao próximo, não dá para disputar com as redes sociais e fotos instantaneamente divulgadas, então que isso seja uma interação conjunta, registrando os momentos mais especiais da noite. Uma ideia bacana seria então criar atividades que envolvam a todos e utilize estes aparelhos como instrumento. 

As brincadeiras de Natal têm rendido vídeos bem engraçados, na internet, e podem ser organizadas sem muito esforço ou investimento. Há muitas opções; é só procurar a que funciona mais com a personalidade de cada família e o número de pessoas que irá participar. Os tradicionais amigos secretos são alvo de muitas piadas por conta da disparidade dos presentes que se dá e se ganha, e hoje em dia têm muitas outras possibilidades. Uma delas, a mais divulgada neste ano, é a que reúne todos os jogadores em torno de uma mesa grande, com um presente surpresa muito bem embrulhado. Cada participante tem apenas cinco segundos para abrir o embrulho com uma luva de tecido, e o tempo deve ser cronometrado por um celular que apita. 

Natal encerra um ciclo, mas, assim como o Ano Novo, é um momento de renovar votos e metas para o que se inicia. É um espaço de tempo demarcado pelo dia 25 de dezembro, que diz sobre o amor, e não só pode, como deve, ser hora de experienciar sentimentos e ações que devem ser constantes na vida de qualquer sujeito. Observar o que nos rodeia e desenvolver a empatia para com o próximo é um exercício diário, e o Natal, mesmo findando o ano, pode ser o início de um hábito, de uma nova tradição. 

*Integrante do programa de estágio     do jornal O HOJE sob orientação 

da  editora Flávia Popov 

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