Salto de Corumbá: natureza e adrenalina

Dentre as belezas de GO, em Corumbá é possível praticar atividades como rafting e rapel, tirolesa e boia-cross

Postado em: 16-10-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Dentre as belezas de GO, em Corumbá é possível praticar atividades como rafting e rapel, tirolesa e boia-cross

Johny Cândido*

especial para o hoje

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Para quem gosta de contemplar a beleza selvagem e natural, Salto de Corumbá é uma das grandes atrações turísticas de Goiás. Fica a exatamente 115km de Goiânia e 95km de Brasília. Esse local bonito por natureza reúne tantos atrativos que provavelmente não conseguiremos contar todos aqui. A área de 11 alqueires pertence ao empresário Rodrigo Borges (filho do ex-Governador Mauro Borges e neto de Pedro Ludovico Teixeira, fundador de Goiânia) e foi aberta ao público há quase 30 anos. Próximo à cidade de Corumbá, existem outros locais que merecem ser visitados – como Cachoeira do Monjolinho, Caverna dos Ecos, Tapera Grande, Pai Inácio, Taquara e Pedreira. 

Fundada em 1730, a cidade conserva até hoje seus traços coloniais nos velhos casarões construídos pelos bandeirantes em busca de ouro. O rio Corumbá, com suas águas escuras ocasionadas pelas folhas e pedras do cerrado e suas inúmeras cachoeiras, é ideal para a prática de boia-crós e rafting. A Cachoeira do Monjolinho foi local de confraternização da sociedade corumbaense, que ali realizava piquenique comunitário. Hoje, pela beleza da cachoeira e pelo encanto da natureza, é uma das opções que a cidade oferece aos turistas que buscam contato com a natureza. Com 12m de altura e de fácil acesso, a cachoeira oferece convite a um delicioso e relaxante banho de ducha natural.

Em Corumbá de Goiás, o visitante pode apreciar também a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Penha de França. Construída entre 1774 e 1880, possui belas pinturas e imagens, dentre elas, a imagem de Nossa Senhora da Penha, padroeira da Cidade, em tamanho natural. A Ponte sobre o Rio Corumbá, com 110m de comprimento e toda de madeira, é outra curiosidade. Por fim, visitar o Sobrado de Áurea Fleury é conhecer o primeiro estabelecimento comercial, que funcionou também como sede regional da Guarda Nacional e Juizado de Órfãos.

Corumbá tem outros destaques para o turista, como o Lago de Corumbá, formado pelo represamento do rio Corumbá. O local se transformou em um importante lago de água doce, onde é possível a prática de modalidades esportivas aquáticas, um bom passeio de lancha, pescarias e banhos. No Morro dos Pireneus, as cascatas que surgem em meio à vegetação de Cerrado e uma capela que existe no alto da colina fazem dali mais uma vista encantadora. E em Salto Corumbá está um dos maiores empreendimentos de ecoturismo da Região Centro-Oeste. Um conjunto de cachoeiras, rios, praias e morros proporciona ao visitante um cenário de beleza inesquecível, com estrutura de hotéis e restaurantes. A maior cachoeira tem queda superior a 60m.

A Caverna dos Ecos é para os aficionados pelo ecoturismo ou turismo de aventura; a região oferece a Caverna dos Ecos, a 50km da sede do município. Ela foi descoberta em 1976 e tem 1.725m de extensão e 150m de profundidade; possui o maior lago subterrâneo da América Latina. As águas claras do lago produzem uma beleza incalculável. Dura, em média, cinco horas a caminhada por dentro da caverna. É obrigatório o acompanhamento de um guia. O turista deve agendar, no mínimo, sete dias antes da viagem. É possível praticar rapel na caverna, mas o interessado deve combinar com o guia ao programar a visita.

Salto de Corumbá

Independemente da época do ano escolhida para vistar o local, não vaõ faltar opções de diversão. No Salto de Corumbá Camping Club, por exemplo, é possível encontrar atividades radicais em meio à natureza. “Contemplar a natureza em uma área de transição; caminhar por trilhas e visitar belas cachoeiras; mergulhar no poço da gruta com águas transparentes; curtir belas praias de areia no rio Corumbá; relaxar nas piscinas; aventurar-se e colocar a adrenalina para funcionar nos toboáguas; ou mesmo não fazer nada e descansar na sombra de uma árvore”, aconselha o gerente do Salto do local, Cleber Nerys. 

Os aventureiros de ‘plantão’ vão encontrar práticas radicais como rapel na Cachoeira do Salto, tirolesas na Cachoeira do Ouro e na Garganta do Ouro, boia-crós, cavalgadas e rafting que são as descidas em botes no rio. A região é composta por sete belas cachoeiras, e, de todas elas, quatro têm um número maior de visitações: Cachoeiras do Salto, do Rasgão,  do Ouro e da Gruta.

Adrenalina e emoção 

Amantes de atividades radicais e até pessoas que nunca praticaram podem comemorar e experimentar novas emoções. Os goianos não precisam viajar longe para praticar atividades que ativam adrenalina no corpo. É só arrumar as malas e pegar estrada rumo a Salto de Corumbá. Rafting, rapel, tirolesa e boia-cross são atividades radicais no Rio Corumbá. Há passeios realizados em modalidades coletivas, com condutores especializados, nas corredeiras do rio, direcionando os turistas com comandos e treinamentos específicos.

A Cerrado Aventuras, juntamente com o Salto de Corumbá Camping Club, oferece, desde 2011, um Sistema de Gestão de Segurança – uma Norma Brasileira para o turismo de aventura (NBR15331). Consiste em mapear todos os riscos envolvidos na atividade, considerando uma relação entre probabilidade e consequência dos mesmos, e realizar planos de tratamento para diminuir o risco até níveis aceitáveis para que qualquer pessoas possa praticar a atividade com muita diversão, sem correr riscos.

O diretor-geral do Cerrado Aventuras, Guilherme Predebon, é o responsável pelas aventuras focadas em água no Salto de Corumbá. “As principais recomendações para as pessoas que vão praticar essas atividades radicais são, em primeiro lugar, usar calçado fechado e firme no pé, ter protetor solar e repelente na mochila, levar sempre um lanche, uma lanterna e uma roupa extra”, alerta. 

Questionado sobre os riscos, Guilherme explicou: “Claro que todas as atividades têm risco, mas nós temos um sistema de gestão de segurança das atividades o qual faz uma análise da probabilidade versus a consequência de cada um dos riscos. Portanto temos um inventário desde um tropeção na trilha, um passarinho chocar na pessoa – além de todos os outros riscos. E, assim, criamos tratamentos como equipamentos, procedimentos ou mesmo o cancelamento da atividade. E é só fazer o que for ensinado pelo instrutor; a segurança é total: em oito anos de atuação, nunca tivemos nenhum acidente.”

Para Guilherme, a melhor sensação nessas atividades é o vento batendo no peito e o contato direto com a natureza – além de se tornar o dono e controlador da situação.

Rapel

O esporte mais requisitado em Salto de Corumbá é o circuito do rapel, composto por uma tirolesa com 70m de travessia; descida do rapel de 50m ao lado da Cachoeira do Salto; uma tirolesa aquática no poço Rico. A servidora pública Sicilia Diniz Queiroz, 28, que fez o rapel após muita insistência de um amigo, ficou com medo, mas não se arrependeu. “É muito bom de se fazer, dá uma sensação de adrenalina, de gritar “uhuulll”, mas é claro que bateu aquele medo, porém logo esse medo foi dando lugar a uma sensação de paz, liberdade, integração com a natureza. Foi uma experiência ímpar e muito linda!”, relatou.  Sicilia aconselha quem nunca fez a praticar, pois achou emocionante e que valeu muito a pena.

Boia-cross

Outra opção é o circuito de boia-cross, com uma descida de 120m pelo rio Corumbá, podendo optar em descer a metade da Cachoeira do Ouro. Essa atividade tem cerca de 2km de percurso, sendo diferenciado pelo fato de a última cachoeira ser grande, com mais de 5m de corredeira.

O ator e professor de teatro Gustavo levou o seu filho Cícero, 8, para fazer o boia-cross e, apesar da pouca idade, o garoto foi corajoso e completou todo o percurso. “Achei muito legal e divertido, só fiquei com um pouco de medo. Mas a emoção foi muito grande, e quero fazer muitas outras vezes, além de falar para todos os meus coleguinhas que eu participei de uma atividade radical”, contou Cícero.

Tirolesa

Tem também o circuito de tirolesa Cachoeira do Ouro, com três decidas, uma de 200m, outra de 90m, em que o aventureiro pode parar em cima da cachoeira e contemplar a beleza, e a última, que termina no poço e cai na água, que é a tirolesa aquática. O administrador Leandro Camargo saltou pela primeira vez de tirolesa, e confessou ter ficado com muito medo, mas falou que a mistura de liberdade com adrenalina o encorajou a se soltar e dar espaço para a aventura em sua vida. “Foi muito bom, parecia que eu estava voando, e ficar parado em cima da Cachoeira do Ouro foi indescritível, além de na última tirolesa ter uma queda aquática.

Rafting

O rafting, que é a descida em botes no rio em grupo, ocorre no rio Corumbá de dezembro a abril. E a pedagoga Julenice Silva quis sair da situação de conforto e colocar a adrenalina de seu corpo na ativa. Para ela, a intenção em participar do rafting é fazer uma aventura e vivenciar uma situação nova. “A adrenalina está bem alta, até mesmo porque eu não sei nadar. Mas as orientações que eu recebi me deixaram segura e agora é só alegria, quero ir e voltar em paz”, contou.

*Colaborou Bruna Policena 

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