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segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Legislativo goianiense

Base enterra suspensão da calamidade financeira na Câmara Municipal

Com articulação do Paço e do líder Wellington Bessa (DC), vereadores rejeitaram proposta que suspendia calamidade financeira na capital goiana

Thiago Borgespor Thiago Borges em 10 de outubro de 2025
Base enterra suspensão da calamidade financeira na Câmara Municipal
Foto: Divulgação/Câmara Municipal

Um dia após ser aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o plenário da Câmara Municipal rejeitou o Projeto de Decreto Legislativo nº 126/2025, de autoria do vereador Igor Franco (MDB), que suspende a calamidade financeira pública da capital do Estado. O movimento foi coordenado pelo líder do prefeito na Casa, o vereador Wellington Bessa (DC), após orientação do Paço Municipal. 

O projeto foi incluído na pauta do dia após o pedido de inclusão e inversão ser aprovado pelos vereadores. A vereadora Aava Santiago (PSDB) pediu vista – quando a votação do texto é adiada para mais tempo de análise – do projeto, porém, a base, em peso, rejeitou o pedido da tucana. Bessa, em uma questão de ordem, deixou claro: a orientação para os vereadores da base era para que o projeto fosse rejeitado. 

O vereador Pedro Azulão Jr (MDB), durante a discussão do projeto, foi à tribuna do Legislativo para defender que Mabel tenha a “oportunidade de administrar este ano com calamidade”. “Foi em um momento inoportuno apresentar esse projeto. Era preciso um estudo melhor. Esse jogo eu não acredito. Briga entre o Legislativo e o Executivo, eu nunca quis e nunca vou querer”, destacou o parlamentar. 

“Falsa calamidade”

Relatora do projeto na CCJ, a vereadora Kátia Maria (PT) aproveitou a discussão para criticar o “caráter pedagógico” da calamidade financeira, argumento utilizado pelo Paço Municipal e pelo secretariado. “A gente não faz pedagogia com legislação fiscal. Pedagógico é se o prefeito tivesse cortando na carne para fazer os ajustes financeiros que a prefeitura precisa de verdade. O que nós temos aqui é a utilização de um decreto de calamidade para abrir precedentes jurídicos para que, caso o prefeito seja questionado, ele tenha o amparo legal”, disse a petista. 

A parlamentar destacou que há pareceres do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO) e do Ministério Público de Contas (MPC-GO) contrários ao decreto de calamidade pública financeira. Além de Kátia e Aava, os vereadores que votaram a favor do projeto foram: Fabrício Rosa (PT), Edward Madureira (PT), Lucas Vergílio (MDB), Luan Alves (MDB) e Igor Franco (MDB). 

Leia mais: Barroso anuncia aposentadoria do STF

Calamidade
Mabel e Bessa articularam rejeição ao projeto que suspendia calamidade | Foto: Divulgação

Vitória da “nova” base

A recusa do projeto que susta o decreto de calamidade pública financeira é vista, nos bastidores, como a primeira vitória da base governista desde que o prefeito afirmou que seu grupo de aliados passaria por uma reformulação, conduzida por Bessa na Câmara Municipal. A votação do projeto do ex-líder do prefeito foi o teste de fogo para a “nova” base do chefe do Executivo municipal.

Em entrevista coletiva no Paço Municipal na última quinta, Mabel destacou a rejeição da matéria e garantiu que deliberou sobre o tema com os parlamentares. “Hoje ficou comprovado que o grupo é pequeno, uma minoria. Nós entramos firme nesse assunto e a base, nós, ganhamos por 28 a 7. É quatro vezes [mais]. Nós temos que conversar com todo mundo, explicando, não é simples […] Eu assumi a cidade com mudanças muito grandes, inclusive na metodologia de fazer política. Acabou aquelas folgas que tinha aqui, as mamatas”, destacou o prefeito.

A orientação do Paço resultou em duas mudanças em relação à votação da CCJ na última quarta-feira (8). Os vereadores Léo José (Solidariedade) e Geverson Abel (Republicanos), que votaram a favor da matéria no colegiado na reunião de quarta, foram em movimento contrário, e votaram contra o texto na quinta, no plenário da Casa. 

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