Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Na capital, registrados três casos de feminicídio em menos de uma semana

Ontem um crime chocou a todos, quando um homem matou a própria filha, atirou contra sua ex-companheira e o restante da família e depois se matou

Postado em: 07-10-2016 às 08h00
Por: Renato
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Ontem um crime chocou a todos, quando um homem matou a própria filha, atirou contra sua ex-companheira e o restante da família e depois se matou

Wilton Morais
No decorrer da semana, a Capital goiana registrou três casos diferentes de feminicídio. De acordo com o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), apenas no decorrer deste ano foram autorizadas 5.302 medidas protetivas de urgência decorrente a Lei Maria da Penha. No ano passado o numero de emissões foi de 9.392 medidas.
“Não há indicativos de aumento acentuado ou índice nos números de medidas protetivas, o que temos são fatos que estão sendo mais comunicados”, explica o desembargador do Tribunal de Justiça de Goiás Luiz Cláudio Veiga Braga. O caso mais recente de crime contra a mulher aconteceu na manhã de ontem (6), quando David da Silva Medrado atirou contra sua ex-companheira e o restante da sua família. 
O caso revela mais um problema da sociedade, somado á outros dois crimes ainda nesta semana. O assassinato de uma mulher, seguido de suicídio em academia na segunda-feira (3) e a prisão de Pedro Frederico Andrade, suspeito de ter matado a namorada com uma faca presenteada pela própria, na quarta-feira (5).
Em todos os casos, considerados feminicídio, a Polícia Civil (PC) realiza as investigações. Para a delegada titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), Ana Elisa Gomes Martins são necessários novos investimentos em medidas públicas de prevenção e mudança de cultura. “A policia não consegue estar em todos os lugares 24h, temos que ter essa preocupação de mudança de cultura. O agressor acha que a vítima pertence a ele, como propriedade, reflexo da cultura machista e patriarcal”, avalia a delegada.

Crime contra Família
No caso de ontem, a vítima Lidiane Gomes Reis Medrado havia solicitado medida protetiva de urgência por parte da justiça, contra o atirador. “O ex-marido não foi intimado pelo poder judiciário, a medida foi encaminhada pela delegacia. O prazo do judiciário é de 48 horas”, conta a delegada. Segundo informações do Poder Judiciário de Goiás, a medida foi expedida no dia 16 de setembro pela juíza Denise Gondim de Mendonça, porém, a notificação não havia sido entregue até o momento do crime.
O desembargador Luiz Cláudio Veiga Braga informou que a medida eventualmente não foi entregue pelo fato do suspeito eventualmente estar tentando escapar do oficial de justiça.
 A filha de Lidiane, com apenas sete anos faleceu ainda no local e outras três mulheres da família que também sofreram ferimentos foram encaminhadas para o Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO). Segundo a delegada Ana Martins com quatro anos de DEM, foi a primeira vez que alguém procurou medida e mesmo assim foi vítima de feminicídio. “Nunca lidamos com a situação de que uma vítima fosse morta após o requerimento da medida preventiva”, afirma à delegada. A delegada ainda conscientiza sobre a mudança de comportamento social. “Estamos comprometidos com esse tipo de situação é difícil conter, é algo que está dentro das famílias”, pontua. 

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