Mortes por Covid-19 têm redução de quase 50%, mas taxa de ocupação em UTIs segue em alta

Por Daniell Alves

Goiás registrou queda de quase 50% no número de mortes por Covid-19 em comparação ao mês de janeiro de 2021. Naquele mês, foram registradas 725 mortes pela doença. Já em janeiro deste ano, o número reduziu para 370, conforme dados da Secretaria de Saúde do Estado (SES-GO). Mesmo com a alta nas internações, o percentual de mortes apresentou redução significativa. A vacinação em massa foi o principal fator para esta queda, apontam especialistas da saúde.

“O cenário atual é com vacina e certamente em boa medida [a baixa mortalidade é] em decorrência da vacina”, explica o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino. Ele também cita o avanço da variante Ômicron, que ainda está em ascensão. “Devido à progressão da vacinação, a taxa de letalidade da Ômicron é bem menor do que o registrado no início da pandemia. Hoje, a Ômicron é predominante. Todas as amostras que enviamos para análise são da variante em 100% dos casos. A vacinação cumpre o seu papel, não deixa o paciente se agravar e diminui a letalidade”, informa. 

Atualmente, há 25.117 óbitos confirmados de Covid-19 em Goiás até o momento, o que significa uma taxa de letalidade de 2,38%. São 413 óbitos suspeitos que estão em investigação. Esses dados são preliminares e coletados junto aos municípios goianos, visto que o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), do Ministério da Saúde, permanece fora do ar.

Com relação à taxa de mortalidade, também houve queda entre pacientes internados em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) destinados para Covid-19. A média foi de 54% para 35%. 

Perfil de óbitos 

Dos 25 mil óbitos, a maioria foram em pessoas com idade entre 60 e 69 anos, o equivalente a 5.600 pessoas. Logo em seguida, está a faixa etária de pacientes com idade entre 70 e 79 anos – 5.499.  Levantamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, referente aos óbitos de 2021 por Covid, aponta que 88% das mortes ocorreram em quem não havia completado o ciclo vacinal básico. 

O diretor assistente da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, afirma que o risco de morte em não vacinados é maior. “Não há dúvidas, em todos os países, os dados informam que o risco de morrer ou de ter forma grave é muito menor entre pessoas vacinadas que nas não vacinadas”, explica a autoridade. 

Dos óbitos confirmados com comorbidades 7.401 tinham doenças cardiovasculares e 5.706 tinham diabetes. Outras 1.395 foram diagnosticadas com doenças respiratórias. A Secretaria ainda investiga 408 óbitos que podem estar relacionados à doença. 

Crianças 

Em relação às crianças, com idade inferior a 10 anos, foram registradas 41 mortes. O caso mais recente foi do pequeno Gael Oliveira, de 8 anos. Ele tinha paralisia cerebral e, de acordo com a família, os sintomas começaram dias antes de as vacinas pediátricas chegarem à Capital.

O pai dele, Humberto Clímaco, disse que contou que a família toda se contaminou, mesmo com todos os cuidados recomendados. Apenas Gael teve sintomas graves e uma evolução muito rápida do quadro. Poucos dias após os primeiros sinais, ele foi internado e não resistiu.

Leitos 

Com a flexibilização de algumas atividades comerciais e festas de fim ano, a taxa de ocupação em leitos de UTI voltou a subir nas unidades de saúde estadual e municipal de Goiânia. Na rede estadual, os leitos destinados a pessoas diagnosticadas com a Covid-19 atingiram a taxa de ocupação gira em torno de 90%. 

De acordo com a SES-GO, o monitoramento dos casos por Covid-19 está sendo feito constantemente. O órgão confirma que o número de contaminados é grande e crescente, o que impacta proporcionalmente no número de internações.