Bebê de três meses morre enquanto aguardava vaga de UTI

A Secretaria de Saúde já havia recebido decisão judicial solicitando a transferência da recém nascida para UTI, mesmo que particular. Entretanto alegam que não havia leitos disponíveis

Postado em: 27-08-2018 às 11h45
Por: Kamilla Lemes
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A Secretaria de Saúde já havia recebido decisão judicial solicitando a transferência da recém nascida para UTI, mesmo que particular. Entretanto alegam que não havia leitos disponíveis

Fernanda Martins

Uma criança de apenas três meses morreu no último sábado, 25, enquanto esperava transferência para Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica em Goiânia. Milena Pacheco da Silva tinha uma doença no coração e estava internada há quatro dias no Hospital Materno Infantil (HMI) aguardando leito em UTI para passar pela cirurgia. 

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Desde que a criança nasceu a mãe buscava consultas em Centros de Apoio Assistencial à Saúde (Cais), e sempre era informada de que a filha tinha refluxo. Ao pagar consulta particular com pediatra, foi solicitado ecocardiograma e foi diagnosticado o problema no coração, sendo necessária cirurgia urgente. 

A criança foi levada para o Cais de Campinas e depois internada no Hospital Materno Infantil (HMI), onde ficou aguardando transferência para Unidade que pudesse oferecer o tratamento adequado. O tio de Milena, Carlos Pacheco, procurou a Defensoria Pública para conseguir a transferência, e foi solicitado um laudo detalhado do estado da criança, que só foi entregue três horas depois pelo Hospital Materno Infantil, de acordo com Carlos, quando a Defensoria já estava fechada. 

Ele conseguiu ajuda de um advogado por meio de redes sociais, e o caso foi encaminhado a um juiz. Foi expedida uma decisão judicial que obrigava a Secretaria Municipal de Saúde a transferir a bebê imediatamente, mesmo que fosse necessário pagar por um hospital particular. A família afirma que a decisão chegou no mesmo dia à secretaria e não foi cumprida. 

De acordo com nota emitida pela Secretaria de Saúde de Goiânia, não havia leitos disponíveis para fazer a transferência, nem pelo SUS, nem pela rede particular. Segundo a Secretaria, o Hospital da Criança é a única unidade que poderia atender o caso no Estado de Goiás, e não havia surgido leito. Conforme a nota, o Hospital Materno Infantil teria estrutura para oferecer todo o suporte até que surgisse vaga no Hospital da Criança. 

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