Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Policial que se recusou a ajudar jovem que estava sob mira de arma diz ter virado alvo de chacota

Policial não quis dar a versão dela dos fatos. “Estou sob forte pressão psicológica. Fale com o meu advogado”, disse.

Postado em: 16-11-2023 às 17h23
Por: Daisy Rodrigues
Imagem Ilustrando a Notícia: Policial que se recusou a ajudar jovem que estava sob mira de arma diz ter virado alvo de chacota
Policial não quis dar a versão dela dos fatos. “Estou sob forte pressão psicológica. Fale com o meu advogado”, disse. | Foto: Reprodução

A Secretaria de Segurança Pública identificou a soldado da Polícia Militar (PM), Tamires Borges, como a policial que se recusou a ajudar um jovem que estava sob mira de uma arma na zona norte de São Paulo, em frente a estação de metrô Carandiru. Tamires contou à CNN que virou alvo de chacota e disse que estava sendo crucificada após o ocorrido no último domingo (12).

A policial não quis dar detalhes sobre a atitude e mandou que o veículo buscasse o advogado dela. “Estou sob forte pressão psicológica. Fale com o meu advogado”, disse ao encerrar a conversa. O advogado da policial informou que a “soldado Tamires agiu de acordo com o procedimento operacional padrão que regula a atuação do policial militar de folga, ainda que fardado”.

De acordo com o advogado, se Tamires tivesse utilizado uma arma, a situação poderia acabar gerando uma tragédia. “Um policial vai ser penalizado se agir ou se não agir. Na minha concepção, foi melhor ela não ter feito o uso da arma, que poderia desencadear uma tragédia”, finalizou.

Continua após a publicidade

O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar diz que é dever dos agentes “atuar onde estiver, mesmo não estando em serviço, para preservar a ordem pública ou prestar socorro, desde que não exista, naquele momento, força de serviço suficiente”. Segundo a SSP de São Paulo, a policial vai responder criminal e disciplinarmente por omissão.

Entenda o caso

Um repórter fotográfico presenciou um jovem que seria suspeito de cometer um furto, embora não haver confirmação desta informação, ser segurado pelo pescoço por um homem. Após segurar o jovem e desferir ofensas contra ele, o investigador da Polícia Civil identificado como Paulo, saca uma arma e aponta para o jovem enquanto ameaça atirar.

Neste momento, uma mulher que conhece o homem armado foi quem o chamou de Paulo. A mulher entra na frente e pede para que ele não mate o rapaz e que guarde a arma. No vídeo que foi registrado pelo repórter, também é possível ouvir uma criança chorando e dizendo: “Vamos embora, pai.”

A policial, que presenciava a cena encostada em um muro, não faz nada. O repórter questionou a PM que o manda ligar para 190. Logo em seguida, o rapaz sob a mira do homem chega perto e pede ajuda para a agente, que o afastou com um chute na barriga. Pouco depois, o jovem vai embora (após ajuda de civis). Ao ser questionada pelo repórter, a PM diz que poderia prendê-lo por desacato.

Veja Também