Castelos e palácios dominam panorama

Viena tem tantos castelos, palácios e prédios históricos do auge do Império Austro-húngaro que fica difícil conhecer to­dos em apenas alguns dias.

Postado em: 07-03-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

Viena tem tantos castelos, palácios e prédios históricos do auge do Império Austro-húngaro que fica difícil conhecer to­dos em apenas alguns dias. Mas alguns precisam ser visitados. Como o luxuosíssimo Schonbrunn. Foi o palácio de verão da Casa de Habsburgo e os seus jardins, situados não muito longe do centro de Viena, foram inscritos na lista da Unesco como Patrimônio Mundial. Lá, reuniram-se John F. Kennedy e Nikita Khruschchev, no auge da Guerra Fria. Pode ser comparado, em grandeza, ao Palácio de Versailles, em Paris, e contém um dos mais antigos zoológicos do mundo. É possível visitar, com ou sem guia, os quartos e o jardins.

Existe um bilhete, o Sissi Ticket, que permite visitar o Palá­cio de Schonbrunn, a Coleção de Mobiliário Imperial e o Palácio de Hofburg (incluindo os seus museus). Há também o Cartão de Viena, bastante mais abrangente, com 72 horas de duração, mas é importante ressaltar que o metrô, os trens e os bondes são gratuitos. Existem descontos a partir de 10% em museus, exposições, visitas guiadas, teatros, concertos, compras, restaurantes, cafés e tabernas. Com cada cartão de Viena, a entrada em alguns locais com crianças até 15 anos é grátis ou com desconto. Pode-se comprar no aeroporto de Viena, em estações de trens, no Posto de Turismo da Albertinaplatz, na recepção de muitos hotéis da cidade e na loja online.

Palácio de Hofburg

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Este gigantesco complexo de edifícios, que começou como um castelo medieval, cresceu ao longo dos anos e foi a residência dos imperadores de Habsburgo até 1918. Hoje, sedia os gabinetes do presidente da Áustria, um centro de convenções e a Escola de Equitação Espanhola. Há, no Palácio de Hofburg, vários museus abertos ao público, tais como os aposentos imperiais, o Museu de Sissi e a Coleção de Prata Imperial.

Mas há outros locais que precisam ser visitados. Um deles é o Karlskirsche (Igreja de São Carlos Barromeu). Esta é a maior catedral barroca a norte dos Alpes. Desenhada pelo famoso arquiteto Bernhard Fischer von Erlach, os afrescos foram pintados por Michael Rottmayre e as pinturas são dos pintores barrocos italianos Sebastiano Ricci e Giuseppe Antonio Pellegrini e do austríaco Daniel Gran. 

Belvedere

Situado fora das muralhas da cidade, este edifício era a residência de verão do príncipe Eugênio de Saboia. Hoje em dia, abriga a Galeria de Artes Austríaca, no centro de um enorme parque. No edifício, situado no ponto mais alto do jardim, encontra-se a sala Terrena, suas coleções de pinturas dos séculos XIX e XX e de Gustav Klimt.

Stepahnsdom

Esta é uma igreja com diversos estilos arquitetônicos, mas predominantemente gótica. Hoje não resta nenhuma construção original, sendo as mais antigas o portão Riesentor e a torre Heidenturme (românticos). Na Sudturm (torre sul) está um gigantesco sino, chamado Pummerin, que foi feito com metal fundido de canhões turcos. Nas catacumbas, perto da catedral, estão guardadas partes dos corpos de legiões de bispos e de membros da família de Habsburgo.

Wiener Statsoper

A Casa da Ópera de Viena é, talvez, o mais conhecido símbolo das artes vienenses. A construção original, sob as ordens do imperador Franz Josef I, decorreu entre 1861 e 1869. Na época, a arquitetura não agradou os vienenses, tanto que um dos dois arquitetos não aguentou as críticas e suicidou-se. O outro morreria, semanas mais tarde, de ataque de coração. Foi no ano da sua construção que teve lugar o primeiro espetáculo – a ópera Don Giovanni, de Wolfgang Amadeus Mozart. Durante a II Guerra Mundial, bombardeios destruíram uma grande parte do edifício. Após dez anos de controle dos aliados e da reconstrução, reabriu com a ópera Fidelio, de Beethoven.

Musikverein

A Musikverein, ou Clube da Música, é uma famosa sala de concertos, conhecida pela sua arquitetura acústica, inaugurada em 1870. É considerada uma das três mais belas casas de concerto do mundo, assim como o Symphony Hall de Boston e o Concertgebouw de Amsterdã, além de ser a sede da Orquestra Filarmônica de Viena. A Musikverein foi construída pela  Sociedade dos Amigos da Música, com o terreno cedido pelo Imperador Francisco José I. A sala principal (Großer Musi­k­vereinssaal), sala dourada, possui 48 metros de comprimento, 19 metros de largura e 18 metros de altura. O Concerto de Ano Novo da Orquestra Filarmônica de Viena é apresentado todos os anos no Musikverein. Desde 2001 o edifício passa por uma reforma que já instalou novas salas ensaio e de concerto.

Casa de Mozart

Na casa histórica de Mozart se pode assistir a uma apresentação global da época em que viveu o músico e as suas obras mais importantes. Ali são relatados detalhes sobre as condições de vida de Mozart em Viena: onde ele vivia, quais eram os seus amigos, a sua relação com a maçonaria e paixão pelo jogo e pelas mulheres… e fatos pessoais da vida do grande compositor clássico.

Museu de História Militar

Trata-se de um museu enorme, com armas e mapas militares de diferentes períodos. Nele também se pode ver o carro conversível onde o arquiduque Franz Ferdinand, o último príncipe austríaco, foi morto a tiro em Sarajevo, hoje Bósnia-Herzogóvina. A sua morte viria a provocar a I Guerra Mundial e a queda do Império Aus­tro-húngaro.

Museumsquartier (Quarteirão dos Museus)

Local com imensos museus e instituições culturais, esta zona é, também, um agradável espaço urbano, onde as pessoas passam algum tempo sentadas num dos cafés ou jogando bocha. Nesta área, pode-se visitar o Leopold Museum e o Mumok. As combinações de bilhetes para entrar nestes vários museus de Viena são mais baratas do que comprar bilhetes individuais. 

Para comer e beber

Conhecido como “estômago da cidade”, o Naschmarkt existe desde o século XVIII e é o maior mercado do centro de Viena. Aberto de segunda-feira a sábado, convida a passeios, olhares, descobertas e degustações. Lá, pode comprar-se tudo o que for necessário na cozinha: frutas e legumes; carne e peixe; pão e queijo de todas as partes do mundo…Também podem ser encontrados produtos de delicatessen, como caviar persa, sushi, ostras e uma oferta imensa de mercadorias internacionais, principalmente de países como a antiga Iugoslávia, Grécia, Turquia, Japão e China. Lá é possível fazer a sua refeição num dos numerosos restaurantes. Aos sábados, não deixe de visitar o mais famoso “mercado das pulgas” de Viena, que fica logo ao lado.

Vinho, uma tradição milenar

Hoje, Viena apresenta-se como uma região de viticultura própria, com uma cena vinícola viva e dinâmica. Cultivam-se 700 hectares de vinhedos dentro dos seus limites urbanos e isto tornou-se uma marca da cidade, representando um fator ecológico essencial e oferecendo uma zona vizinha propícia para passar o tempo livre. Os vinhos podem ser degustados nas tabernas tradicionais, nos heurigen e no variado setor gastronômico vienense.

Onde comer melhor

Embora Viena possua milhares de bons restaurantes e cafés que oferecem uma infinidade de pratos – como o Steireck e o Heuriger Christ, dois dos restaurantes preferidos dos vienenses – e dos cafés Bräunerhof e Hawelka – é em Grinzing que se deve ir, pois lá se concentram centenas de bares, pubs, restaurantes e cafés, a grande maioria deles com música ao vivo ao longo do dia, com ritmos que vão da valsa à clássica, do rock ao jazz e blues, do rhythm’n’blues até a bossa nova.

Grinzing fica fora da zona central de Viena, pois é um distrito que acabou sendo incorporado pela capital austríaca no século passado, compondo o seu 19º distrito. De paisagem muito agradável e clima de cidade de interior, daquelas bem bucólicas, é um lugar a ser explorado a pé, sem pressa, tomando uma taça de vinho de vez em quando e descobrindo os encantos deste distrito de Viena.

 

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