Um mergulho na relação corporal com a natureza e a cidade

‘Não Posso Esqu cer’ objetiva despertar a sensibilidade no espectador por meio da performance

Postado em: 12-05-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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‘Não Posso Esqu cer’ objetiva despertar a sensibilidade no espectador por meio da performance

Gabriella Starneck*

O espetáculo Não Posso Esqu cer, que traz um mergulho na relação do ser humano com a natureza e a cidade, será apresentado, neste sábado (12) e domingo (13), na gameleira do Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás (UFG). A peça, que teve uma primeira etapa de pesquisa em 2016, agora será relançada, no sábado (12), em quatro etapas – que ocorrem de maio a julho. O projeto tem apoio do Fundo de Arte e Cultura de Goiás pelo Edital de 2017.

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Não Posso Esqu cer traz um profundo mergulho no corpo que faz emergir a força que vem da mulher e da terra por meio do uso de objetos que instigam e exploram possibilidades múltiplas. “O espetáculo é voltado para tocar mais a sensibilidade do espectador do que a parte racional de conseguir entender a história da peça em si. A gente lança núcleos de provocação ao público, e ele, por meio da sua experiência individual, se conecta com algum desses núcleos”, afirma a atriz Maria Ângela de Ambrosis. 

Espetáculo

Trabalho desenvolvido pelo olhar de três profissionais das artes cênicas, Maria Ângela, Valéria Braga e Kleber Damaso, Não Posso Esqu cer traz uma relação intrínseca entre o corpo feminino e a árvore que resiste ao caos urbano. Para cada apresentação, há a conexão com a gameleira e sua força dominante, em meio ao concreto, evidenciando sua resistência contra as adversidades externas. Elemento este não muito diferente em relação à história cultural do corpo feminino.

A ideia de criar o espetáculo surgiu entre 2015 e 2016, quando Maria Ângela falou com Valéria sobre um trabalho de pesquisa corporal que estava desenvolvendo. “Em princípio, eu tive algumas ideias geradoras para o espetáculo, e falei para a Valéria que a minha proposta era algo ideal pra ela dirigir. Mas a criação foi algo bem conjunto. A Valéria criou uma estrutura, e a partir daí fomos aprofundando – tocando na questão da subjugação do poder do feminino. Além disso, a relação do corpo humano com a árvore gameleira e a natureza também foram aprofundadas”, afirma Maria.

Não Posso Esqu cer abarca toda investigação cênica sobre performance com recursos visuais e físicos que ampliam a relação entre corpo, espaço e movimento. Músicas, interação com objetos (pedras, linhas) e pesquisa de movimento foram fundamentais para a composição da peça. A música e direção de arte tem papel importante em Não Posso Esqu cer. “Importa o não dito, as dobraduras dos sonhos e os desvios do desejo. Um corpo de mulher plantado em pedras retirando sonoridades subterrâneas. Um deslocamento entre bacias em busca de possíveis mergulhos. Essa é a performance das possibilidades mediante o encontro”, reflete Valéria.

Reflexão

O corpo feminino em perdão, as sorrateiras caídas e levantadas, o ato de perdoar em relação a si desenvolvem a relação da estrutura de todo o espetáculo – que objetiva despertar a sensibilidade no espectador. “Quando nosso olhar voltou-se para a escolha do local do espetáculo, observamos uma gameleira amputada cuja beleza estava também em sua capacidade de regeneração”, explica a artista Valéria Braga, diretora artística do espetáculo.

A relação do ser humano com a natureza e a cidade são algumas das questões abordadas em Não Posso Esqu cer, mas a leitura da peça quem faz é o espectador – que vai tirar seu próprio entendimento do que está ocorrendo ali, por meio da experiência individual. “A recepção de cada um pode ser distinta, mas objetivamos despertar uma sensibilidade nas pessoas. O entendimento que o público tira do espetáculo será construído por meio do que as pessoas vão sentir ao acompanhar a performance”, finaliza Maria Ângela. 

*Integrante do programa de estágio do jornal O HOJE sob orientação da editora Flávia Popov.

Programação 

Etapa 1

Quando: 12, 13, 17, 18, 19, 20, 25, 26 e 27 de maio 

Onde: Centro Cultural UFG (Av. Universitária, nº 1.533, Setor Leste Universitário – Goiânia)

Horário: 18h30

Entrada gratuita

Etapa 2

Quando: 8, 9, 10, 15, 16 e 17 de junho

Onde: Escola de Música e Artes Cênicas da UFG – Emac (Avenida Universitária, nº 1.166, Setor Leste Universitário – entrada pelo Museu Antropológico)

Horário: 19h

Entrada gratuita

Etapa 3

Quando: 22, 23 e 24 de junho

Onde: Parque Lago das Rosas (Alameda das Rosas esquina com Av Anhaguera, Setor Oeste)

Horário: 19h

Entrada gratuita

Etapa 4

Quando: 30 de junho e 1º de julho 

Onde: Praça Boaventura, Setor Vila Nova

Horário: 19h

Entrada gratuita 

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