Investidores apostam na diversificação e bolsa cresce para 3,2 milhões de CPFs

A maioria dos investidores da Bolsa encontram-se na faixa etária dos 26 a 35 anos

Postado em: 05-09-2022 às 09h19
Por: Mariana Fernandes
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Os juros em alta também ampliam o número de jovens que investem em ações no mercado estrangeiro diretamente no mercado nacional | Foto: Reprodução

A disparada na taxa Selic – referente a 2% no início do ano para os atuais 13,75%- segue impulsionando a entrada de investidores pessoa física tanto em renda fixa, quanto variável. A renda fixa, que oferece menor risco, costuma ser mais atraente para os investidores conservadores em momentos de juros elevados. Já para outros, a renda variável é disparada a melhor opção. 

De acordo com o último estudo da B3, entre julho do ano passado até o mês anterior, a entrada de 1,25 milhão de novos investidores fez a quantidade de CPFs saltar 40%, de 3,15 milhões para 4,40 milhões de pessoas.

A pesquisa ainda aponta que o investidor está ainda mais disposto a diversificar a carteira. Só no Brasil, com a taxa básica de juros ao ano, a expansão de investimentos em renda fixa continua sendo ainda, a mais procurada. 

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Com uma visão a longo prazo, o investidor mantém posições em renda variável. O número de investidores em ações cresceu 15% no último ano, passando de 2,8 milhões para 3,2 milhões de CPFs.

Segundo o diretor de Relacionamento com clientes da B3, Felipe Paiva, o investidor tendeu a manter suas posições em renda variável, buscando diversificar seus investimentos. ‘‘Mesmo em meio a uma fase de maior volatilidade e aumento expressivo das taxas de juros, o mercado de ações continua aquecido’’, comenta. Com os clientes ainda mais informados, e com um portfólio diversificado, os investidores ativos variam entre renda fixa e renda variável, de olho no longo prazo.

Os juros em alta também ampliam a rentabilidade do Tesouro Direto, renda fixa que vem acompanhando a tendência de crescimento no mercado. Só neste ano, a modalidade cresceu em 30%, de R$ 68,5 bilhões para R$ 88,8 bilhões, enquanto o saldo mediano encolheu 3%, para R$ 2.400.

A pesquisa também aponta o crescimento significativo em certificados de Depósitos Bancários (CDBs), Certificados de Operações Estruturadas e de Letras de Crédito Imobiliário.

Foto: Reprodução

Dispara número de investidores jovens em BDR’S

As BDRs – ativos pelos quais os brasileiros podem replicar suas ações no mercado estrangeiro diretamente no mercado nacional- está fazendo sucesso entre os que optaram pela renda variável. A maioria dos investidores da Bolsa encontram-se na faixa etária dos 26 a 35 anos, representando 33,5% das contas ativas. Só no Brasil, os investidores em BDRs passaram de 298 mil para 1,6 milhão de investidores em doze meses.

O analista de marketing, Celsomar Nascimento Sá, de 28 anos, começou a investir em ações, pela primeira vez no Banco XP, em setembro do ano passado, por influência da namorada. O profissional conta, que começou com a renda variável apenas no intuito de ‘‘guardar dinheiro’’.

Um ano depois, o profissional já conseguiu grandes margens de lucro, e agora o objetivo de investir nas ações será para auxiliar na compra de seu primeiro imóvel. ‘‘Comecei investindo na renda variável, através da XP Investimentos. Logo nos dois primeiros meses já obtive lucro, e atualmente, minha carteira tem ações na Petrobras, Nubank e Magalu’’, comenta.

Se antes entrar no mercado de capitais era algo mais complexo e para poucos, nos últimos anos fazer um investimento tem se tornado algo cada vez mais simples e interessante. O espaço casual e de grandes investidores, tem cedido espaço para simples e ágeis negociações. Empresas como Apple, Amazon, Google, Meta (Facebook), Mercado Livre, Nubank, Tesla e XP, são as plataformas com mais investidores no Brasil.

Em entrevista à imprensa, o coordenador de educação financeira da XP, Thiago Godoy, explica que há um apelo positivo na bolsa internacional que atrai o investidor brasileiro. “As pessoas querem comprar ações das empresas que gostam e apoiam, como Coca-Cola, Netflix e Apple. As pessoas querem ser sócias dessas empresas”, diz.

Fora isso, o coordenador acredita que o produto também alcançou relativo sucesso porque o brasileiro hoje é mais impactado por influenciadores de finanças e iniciativas de educação na área. Como é o caso da jornalista e especialista Nathalia Curi, com mais de 7 milhões de seguidores em seu canal do Youtube.

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