Pela chama da esperança

Em clássico no Serra Dourada, Goiás e Vila Nova se agarram às remotas chances de acesso da Série A

Postado em: 15-10-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa

Em situação bastante tranquila em termos de rebaixamento, resta a Goiás e Vila Nova alimentarem, até o fim, as possibilidades de acesso à elite do futebol nacional. É com esperanças remotas de figurar na primeira divisão na próxima temporada que as equipes se enfrentam na tarde deste sábado (15), às 16 horas, no Estádio Serra Dourada, em duelo válido pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B.
Com 40 pontos cada um, alviverdes e colorados ocupam 12º e 13º lugar na tabela de classificação, respectivamente. O Tigre leva vantagem pelo número de vitórias, 11 contra 10 – ainda tem um jogo adiado contra o Sampaio Corrêa. A dupla tem vantagem de 10 para o Bragantino, que é 17º e abre a zona de rebaixamento com 30 pontos.
Apesar de terem a vida bem organizada em relação ao risco de queda para a Série C, os rivais precisaram de muito esforço e um abuso da sorte para manterem vivo o sonho do acesso. O Avaí, 4º colocado, soma 48.
De acordo com o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os esmeraldinos têm apenas 0,63% de chances de terminar a competição no G4. Mesmo com melhores números, o Vila vê a probabilidade de alcançar a primeira divisão chegar apenas a 2,4%.
A semana do clássico foi mais favorável ao Goiás. O alviverde comemorou a liberação o lateral-direito Ednei e do atacante Walter, ambos recuperados de lesão – os dois devem iniciar a partida no banco de reservas –, além do zagueiro Felipe Macedo, que cumpriu suspensão automática e deve retornar à formação principal na vaga de Wesley Matos. O técnico Gilson Kleina comandou atividades fechadas e não confirmou a equipe.
“É o primeiro treino que a gente fecha aqui no Goiás. Foi por uma situação de jogo. A gente sabe da grandeza que é um clássico contra o Vila Nova. É só isso. Não tem nada de secreto. A gente trabalhou muito bem durante a semana inteira. Os jogadores estão numa entrega muito grande. Foi uma situação para ter uma privacidade e um posicionamento na bola parada. Não estamos escondendo, temos algumas variações”, disse.
O Tigre, por sua vez, enfrentou diversos problemas. Na segunda-feira, Gutemberg Veronez renunciou à presidência do clube colorado e Ecival Martin assumiu o cargo de forma interina até as eleições do próximo dia 9. No âmbito esportivo, mais turbulência. O técnico Guilherme Alves pode ter até oito desfalques na equipe, sete deles, titulares. O goleiro Saulo, o lateral-direito Magno Silva, os zagueiros Magno Silva, Reginaldo e Guilherme Teixeira e o volante Victor Bolt são baixas confirmadas pelo terceiro cartão amarelo. O atacante Moisés, com infecção de garanta ainda será reavaliado, mas pode ficar fora do clássico – Roger e Fernando Neto são opções. O atacante Aloísio segue vetado pelo departamento médico.
“Nós vamos substituir seis, talvez sete, atletas. Não são um ou dois desfalques. É muita coisa, principalmente na zaga. Não tem o que inventar. A gente não quis tirar ninguém de suas características, vamos fazer o simples. O pior nesse caso não é nem quem entra, mas vamos perder duas coisas fundamentais, que são o conjunto e o ritmo de jogo. Vamos tentar minimizar isso para não corrermos muitos riscos”, afirmou.
O treinador vilanovense aposta, contudo, que a torcida colorada possa compensar as perdas com a força enviada das arquibancadas e representar um diferencial a favor do time.
“Amanhã (sábado) é o dia da superação. Não existe mágica. E além disso, precisamos contar com a torcida. Isso sim pode ser um fator diferencial. Vamos colocar um time competitivo, fazer o mais simples, mas é o dia da superação e os torcedores podem fazer a diferença”, avaliou.
Mesmo diante das dificuldades enfrentadas pelo rival, Gilson Kleina não acredita que o alviverde possa ter vida fácil no clássico. O comandante esmeraldino espera, inclusive, que o rival se apresente mais motivado diante das condições adversas que encarou durante a semana.
“A gente não pode perder nossa postura, identidade e evolução. Por mais que eles tenham desfalques, a gente sabe que o lado emocional pesa. Vai ter uma entrega maior. E o trabalho que eles estão desenvolvendo tem muita qualidade. Quero que a gente não fuja do que está fazendo”, concluiu.

Colorados não vencem clássico há quatro anos
Há quatro anos e seis meses o Vila Nova não sai vitorioso do clássico contra o Goiás. Na última vez, ainda em 1º de abril de 2012, os colorados bateram os rivais por 3 a 2, com três gols do atacante Patrick, mas de lá para cá, só os esmeraldinos levaram a melhor.
As equipes se enfrentaram em outras onze oportunidades, dez pelo Campeonato Goiano e uma pelo Campeonato Brasileiro da Série B, com sete vitórias da equipe alviverde, além de quatro empates. Veja os detalhes no box – em 2015, não houve enfrentamento, visto que o Tigre disputou a Divisão de Acesso.
O jejum de vitórias sobre o rival incomoda o elenco vilanovense. O próprio técnico Guilherme Alves reconhece que o assunto foi tratado com os jogadores durante a semana e a importância de volta a vencer este clássico foi deixada clara para os atletas.
“Nós conversamos bastante sobre isso. Clássico é muito importante e esse, em especial, carrega um peso diferente. O Vila não ganha há muitos anos. Sabemos da importância e eles também”, disse o treinador.
O atacante Léo Gamalho, contudo, quer fazer o possível para que o tabu seja mantido. Autor de oito gols em nove jogos, ele espera balançar as redes pela primeira vez diante dos colorados.
“A expectativa é muito boa. Poder jogar um clássico em uma grande equipe é muito bom. Estamos com o pensamento de vencer, a gente treinou bem. Vai ser meu primeiro clássico aqui, espero ajudar meu time a vencer”, afirmou. (Felipe Bonfim)

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