Meirelles diz a Moro que não viu atuação criminosa de Lula durante governo

Meirelles contou que foi convidado pelo ex-presidente para comandar o Banco Central em um momento em que o país estava em crise

Postado em: 10-03-2017 às 14h00
Por: Toni Nascimento
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Meirelles contou que foi convidado pelo ex-presidente para comandar o Banco Central em um momento em que o país estava em crise

O
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que não teve conhecimento de
qualquer atuação criminosa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o
governo petista, quando presidiu o Banco Central. Ele foi ouvido hoje (10) pelo
juiz federal Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, na condição de
testemunha de defesa de Lula, em um dos processos a que o ex-presidente
responde na operação Lava Jato.

O
depoimento foi realizado através de videoconferência. Meirelles contou que foi
convidado pelo ex-presidente para comandar o Banco Central em um momento em que
o país estava em crise.

“Ele
[Lula] me perguntou se era possível enfrentar a crise e quais seriam as
condições para eu aceitar [o convite]. Eu disse a ele que sim, que era possível
contornar a crise, e que eu poderia aceitar desde que o Banco Central tivesse
independência de ação, e ele concordou”, relatou o ministro.

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Ele
acrescentou, ainda, que sempre teve independência para tomar decisões, mesmo
com as divergências que surgiram entre ele e outros representantes do governo.

A
defesa de Lula, então, perguntou a Meirelles se ele teve conhecimento de
qualquer atividade suspeita ou ilegal do petista. “A minha relação com o
presidente era totalmente focada em assuntos relativos ao Banco Central e à
política econômica. Nessa interação, nunca vi ou presenciei nada que pudesse
ser identificado como algo ilícito”, respondeu o ministro.

Henrique
Meirelles ressaltou, ainda, não ter percebido qualquer indício de compra de
apoio parlamentar ou mesmo da existência de uma estrutura criminosa comandada
por Lula durante o tempo em que esteve no governo. “Em momento algum eu tive
qualquer tipo de conhecimento ou interação sobre outros assuntos que não fossem
aqueles de atividade direta do Banco Central”, finalizou.

Outra
testemunha

O
empresário Luiz Fernando Furlan, que foi ministro do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior entre 2003 e 2007, também foi ouvido na condição de
testemunha de defesa de Lula. Ao ser questionado se conhecia qualquer
envolvimento do ex-presidente em atividades ilícitas, Furlan disse: “não”.

A
defesa do petista lembrou, então, que o depoente, quando ministro, realizava
reuniões frequentes com empresários, muitas delas com a presença de Lula. Nesse
contexto, o advogado perguntou a Furlan se os assuntos tratados nessas reuniões
eram de interesse do país ou de interesse particular ou partidário.

“Interesse
do país. A minha ideia consistia em convidar cerca de 20 empresários para cada
um dos 13 encontros que promovi, no sentido de que eles pudessem dar
informações ao presidente sobre os seus respectivos setores. Ao mesmo tempo,
sugeri medidas que pudessem favorecer o desenvolvimento do país. O presidente
era muito mais um ouvinte desses encontros”, finalizou o ex-ministro. 

(Agência Brasil)

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