Guedes admite que crise criada por Bolsonaro pode prejudicar a economia

Para ministro, crise institucional espanta investidores estrangeiros e atrapalha a economia.

Postado em: 10-09-2021 às 18h29
Por: Luan Monteiro
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Para ministro, crise institucional espanta investidores estrangeiros e atrapalha a economia | Foto: Reprodução

O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu nesta sexta-feira (10/09) que a crise institucional criada pelo presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) pode prejudicar a economia do Brasil.

“Todo esse barulho sobre instituições e democracia pode afetar nossa bem posicionada economia, no sentido de que estamos prontos para avançar novamente? Minha resposta é que isso pode produzir muito barulho, desacelerar o crescimento. Mas não mudar a direção [da política econômica], estamos na direção correta”, disse o ministro em conversa com o banco Credit Suisse.

Guedes afirmou que Bolsonaro pode ter passado dos limites em palavras, mas não em ações, e que a nota divulgada na última quinta-feira (09), par acalmar os ânimos colocou “tudo de volta aos trilhos”.

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Para o ministro, o aumento dos preços é uma “sombra” que paira o governo. “A sombra da escalda de inflação está sobre nós neste momento. Acho que estamos no pior momento da inflação. Acho que vai começar a desacelerar gradualmente e encerrar o ano em volta de 8%. Entre 7,5% e 8%”, disse.

Com a escalada, a inflação deve fechar acima da meta estipulada pelo Banco Central, de 3,75%, com margem de tolerância para 5,25%.

Guedes afirmou que há medidas a serem tomadas sobre o assunto, citando a abertura comercial para facilitar a entrada de produtos estrangeiros no país. “É um bom momento para abrirmos a economia, isso vai ajudar um pouco a controlar a escalada nos preços”, disse.

STF

Após ameaças de Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), investidores questionaram as atitudes do presidente. O efeito mais imediato das declarações do chefe do executivo foi o bloqueio da negociação com o STF para flexibilizar o pagamento de R$ 89,1 bilhões em precatórios previstos para 2022.

A negociação é, ao lado do novo Bolsa Família, uma das prioridades do ministro. Porém, articuladores afirmam que não há clima para discuti-la.

“Quando o meteoro veio, nós precisávamos de um tratamento especial. Eu pedi imediatamente ajuda ao STF”, disse Guedes nesta sexta. “Eles estavam nos ajudando, quando esse barulho veio e agora estamos de volta ao mesmo lugar de antes”, afirmou o ministro.

Guedes afirmou que irá voltar a conversar com o congresso e com o STF na próxima semana porque o governo precisa de uma solução para enfrentar precatórios. “Nós vamos falar com o STF e o Congresso na segunda-feira e imediatamente depois disso está [como prioridade a ser negociada] a reforma tributária”, afirmou.

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