Auxiliares de Rogério Cruz entram na mira de vereadores

As manifestações mais contundentes em relação à gestão e os auxiliares partiram dos vereadores Clécio Alves, Mauro Rubem e Lucíula do Recanto

Postado em: 17-08-2022 às 08h25
Por: Felipe Cardoso
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Na esteira, o vereador Clécio Alves aproveitou para amargar um duro discurso contra o presidente da Agência de Regulação | Foto: Reprodução

O clima de tensão pairou no plenário da Câmara Municipal de Goiânia durante a reunião parlamentar da última terça-feira (16). No decorrer do encontro, que a qualquer momento poderia ser encerrado por falta de quórum, os vereadores concentraram críticas aos auxiliares do prefeito Rogério Cruz (Republicanos).

As manifestações mais contundentes em relação à gestão e os auxiliares partiram especialmente dos vereadores Clécio Alves (Republicanos), Mauro Rubem (PT) e Lucíula do Recanto (PSD). Quem introduziu o assunto foi Rubem. “Quero saber quem é o prefeito dessa cidade que não dá conta de resolver os problemas com seus auxiliares. A Comurg está fechando e o prefeito não existe. Quero saber porque o prefeito Rogério Cruz não paga o ITA”, disse o vereador ao questionar a paralisação por parte da empresa de prestação de serviços de limpeza urbana.

A empresa em questão é responsável pela prestação de serviços de locação de caminhões, maquinários, equipamentos, vans, utilitários, ônibus, carros e moto para atender às atividades da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), presidida por Alisson Silva Borges, que  teve, porém, a gestão endossada pela maioria dos vereadores. 

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“A ITA está sem receber, Goiânia está sem limpeza, sem recolhimento de lixo. Nesse momento as cooperativas de catadores estão lá no Paço cobrando da prefeitura”, disse o vereador.

Na esteira, o vereador Clécio Alves aproveitou para amargar um duro discurso contra o presidente da Agência de Regulação (AR), Paulo Cesar Pereira, a quem Clécio culpabiliza pelo problema.

“Um dos maiores culpados da ITA estar sem receber é aquele sujeito, Paulo Cesar Pereira, da Agência de Regulação, que é um péssimo servidor para Goiânia, ele teve a cara de pau e a capacidade de reduzir o orçamento da Comurg de R$ 40 milhões para R$ 38 milhões em uma canetada”, disse. 

Em outro trecho ele disse ter participado de uma reunião no quinto andar da prefeitura onde teve a oportunidade de falar com Pereira. “Eu disse a ele que ele está atrapalhando o prefeito e fazendo um mal para Goiânia. Falei para sair já que não tem condições legais de ficar”, assegurou. 

E continuou: “Ele é o culpado pela situação da Comurg. [o Rogério] tem que tirar esse homem de lá. Aliás, além de irregular, suas ações prejudicam a prefeitura. Ele está arrebentando com o Rogério e o Rogério segurando aquela coisa ruim”. Para Clécio a culpa, no final das contas, é do prefeito que não tem feito nada para depor Pereira do cargo. 

Na onda das reclamações, a vereadora Luciula do Recanto pediu a palavra para também expor sua indignação com um auxiliar de Cruz. Desta vez, o foco recaiu sob os ombros de Silvio Silva Sousa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Economia Criativa. “Gostaria  de deixar a minha indignação e total falta de respeito com que fui tratada pela Sedec na figura do secretário Silvio”, introduziu a parlamentar. 

“O senhor [disse direcionada a Clécio Alves] acompanhou nossa luta para abrir o banheiro da feira do Setor Pedro Ludovico. Há três semanas eu consegui marcar um encontro com o prefeito e esse secretário. Na ocasião expus essa questão e o prefeito me recebeu com muita atenção e carinho. O Rogério pediu ao secretário uma solução, para que reabrisse o banheiro, até que cheguem os banheiros de trailer que farão parte das feiras.  Ele exigiu e eu confei”, rememorou. 

Em outro trecho ela explicou que o tempo passou e nada foi feito pelo titular. “Liguei para ele, cobrei providências, e ele ficou de um lado pro outro sem fazer nada. Eu falei que se ele não tivesse competência, que me desse a chave e eu mesma iria lá lavar o banheiro e servir os feirantes”. 

O pior, segundo ela, foi o sentimento de ter retornado à feira, por meio de sua assessoria jurídica, e ter sido informada de que havia uma “ordem”. “O pessoal foi proibido de passar o nome do adminstrador do local e ainda se referiram a mim como vereadora barraqueira”. 

“O secretário Silvio é um belo de um incompetente que nao sabe com quem está falando. Se não tem capacidade de abrir um banheiro, saia daí e vá fazer outra coisa da sua vida”, finalizou. 

Amenizou 

Na ausência do líder do prefeito, Anselmo Pereira (MDB), coube a Isaias Ribeiro (Republicanos) fazer a defesa. Sobre o desabafo de Clécio, disparou: “Com certeza, nessa reunião, alguma coisa já foi resolvida. O presidente Alysson é um homem competente, que inclusive quero parabenizar. O prefeito Rogério Cruz não vai ficar indiferente com essa situação. O prefeito tem um olhar carinhoso com a Comurg, com os servidores e com certeza iremos unir forças”.

Direcionado à vereadora, considerou: “A senhora não está pedindo um favor. Tenho certeza que o prefeito já está ouvindo a respeito disso. Infelizmente chegamos às vezes em determinados lugares e há controvérsias Fico sentido pois ele sempre se mostrou muito prestativo, mas chegou o momento dele consertar esse erro que cometeu com vossa excelência”. 

Contraponto

Em nota, a assessoria da Sedec informou que, conforme determinado por lei, são disponibilizados, em todas as 122 feiras livres da capital, banheiros químicos para atender feirantes e frequentadores. Um novo contrato entrou em vigor para assegurar que esse direito permaneça garantido.

E continuou: “Em relação ao Mercado Municipal do setor Pedro Ludovico, não existe aparato legal para abertura do prédio durante a madrugada, para o uso dos banheiros de alvenaria. Esta questão exige, além de um responsável para a manutenção dos banheiros, esquema de segurança para garantir que as lojas do centro de compras não sejam violadas”. 

A assessoria da Agência de Regulação, encabeçada por  Paulo Cesar Pereira, também foi procurada, mas até o fechamento da reportagem não respondeu aos questionamentos. O espaço continuará aberto para manifestação do contraditório.

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