Michel Temer ainda estuda nome para a presidência da Petrobras

Pedro Parente chegou para a conversa com Temer já com a carta de demissão pronta e em "caráter irrevogável e irretratável"

Postado em: 01-06-2018 às 14h30
Por: Márcio Souza
Imagem Ilustrando a Notícia: Michel Temer ainda estuda nome para a presidência da Petrobras
Pedro Parente chegou para a conversa com Temer já com a carta de demissão pronta e em "caráter irrevogável e irretratável"

O presidente Michel Temer ainda estuda um nome para
substituir Pedro Parente na presidência da Petrobras. Parente chegou para a
conversa com Temer já com a carta de demissão pronta e em “caráter
irrevogável e irretratável” – o que colocou sobre os ombros do Palácio do
Planalto o peso de administrar mais este problema, com grandes repercussões no
mercado interno e externo. Isso quando o governo mal havia contornado as
turbulências provocadas em todo o país pela greve dos caminhoneiros. Ou seja:
os momentos de grande tensão continuam a ter de ser administrados pelo governo,
focados agora em sua maior estatal.

Apesar de se colocar à disposição para a transição, Parente
não foi sensível a, pelo menos, adiar sua saída. Na carta de demissão, ele
acabou também sugerindo ao presidente que faça uma escolha técnica, sem
interferência política, como, destacou o executivo, Temer fez há dois anos
quando assumiu o governo. “(Que) Vossa Excelência se apoie nas regras
corporativas, que tanto foram aperfeiçoadas nesses dois anos, e na contribuição
do Conselho de Administração para a escolha do novo presidente da Petrobras”,
sugeriu. Logo após a divulgação da demissão de Parente, o Conselho de
Administração da estatal se reuniu no Rio de Janeiro, onde fica a sede da
empresa.

Continua após a publicidade

Mesmo em meio à paralisação dos caminhoneiros, o governo
continuou apoiando a política de preços da Petrobras, que prevê variação
diária, para mais ou para menos, com base nos preços internacionais. No mesmo
dia em que a greve foi deflagrada, a Petrobras anunciou reajustes e seu
presidente reafirmou que nada mudaria. Mesmo tendo sempre apoiado a gestão independente
de Parente, o governo não deixava de reconhecer internamente que o sobe e desce
diário do preço dos combustíveis, por mais que o saldo final fosse a
estabilidade de preços, teria efeitos negativos sobre a população, dificultando
até a percepção sobre a real queda da inflação. A saída de Parente deverá
permitir que setores do governo coloquem em pauta essa questão. O ex-presidente
da estatal avaliou em sua carta que isso ocorreria. “Está claro, Sr.
Presidente, que novas discussões serão necessárias. E, diante deste quadro fica
claro que a minha permanência na presidência da Petrobras deixou de ser
positiva e de contribuir para a construção das alternativas que o governo tem
pela frente”.

 Com informações da Agência Brasil

Veja Também