Hacker da Vaza Jato chega à PF para depor sobre invasão de sistemas do Judiciário
Walter Delgatti está preso desde o último dia 2 de agosto, após uma operação da Polícia Federal
Por: Luan Monteiro
O hacker Walter Delgatti, conhecido como “hacker da Vaza Jato”, chegou à sede da Polícia Federal (PF) para depor sobre a invasão e inserção de dados falsos nos sistemas de tecnologia do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em janeiro deste ano.
Delgatti afirma que a invasão foi feita a pedido da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). A parlamentar nega.
No depoimento desta quarta-feira (16/8), a expectativa é que ele possa apresentar elementos que sustentem uma delação premiada sobre episódios em que ele teve participação, como uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com militares ligados ao Ministério da Defesa para tratar da segurança de urnas eletrônicas nas eleições de 2022.
Dependendo do teor de sua oitiva, é possível que o depoimento dele à CPMI dos atos terroristas, marcado para esta quinta-feira (17), não aconteça. Isso ocorre devido que, caso Delgatti feche uma delação premiada, poderá se declarar impedido de falar.
O hacker está preso desde o último dia 2 de agosto, após uma operação da Polícia Federal (PF). Na mesma operação que os policiais prenderam Delgatti, houve o cumprimento de mandados de busca nos endereços da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
A PF encontrou pagamentos de dois assessores de Zambelli ao hacker Walter Delgatti de forma fracionada.
“Os pagamentos foram sempre relacionados ao site, para ele fazer melhorias no site, fazer firewall no site e ligar as minhas redes sociais ao site, que ele próprio disse que não conseguiu realizar essa tarefa. Inclusive, deveria ter tido até a devolução [do dinheiro]”, justificou Zambelli em coletiva.
Um requerimento de convocação de Zambelli para depor na CPMI chegou a ser protocolado, mas não foi votado.
