Se Republicanos não quiser, Rogério terá opções para a reeleição

O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) está com uma relação difícil com o Republicanos em Goiás, conforme o próprio presidente da sigla, Hildo Candango, que sente a legenda esvaziada na prefeitura de Goiânia. A situação pode forçar o gestor municipal a buscar outro partido para disputar a reeleição do Paço, o que, na verdade, não será problema.

Presidente do PP goiano, Alexandre Baldy reforça que o Progressistas está aberto para Rogério. “Como anunciei no passado”, lembra. Ainda no primeiro semestre, o ex-deputado federal e ex-ministro afirmou que “as portas do PP estarão abertas até o último dia possível de filiação para o prefeito”.

Naquele momento, quando houve a divulgação que Baldy indicaria um novo nome para a secretaria de Educação, ele fez o convite a Cruz. “[Mas] Ele tem que focar na gestão administrativa e esse é o nosso pedido, para que ele não pense em eleição, mas pense em trabalhar diuturnamente pela cidade de Goiânia. E que no devido momento ele avalie [se filiar ao PP].”

Da mesma forma, o Patriota está à disposição de Rogério Cruz. Presidente da legenda no Estado, a deputada federal Magda Mofatto relatou com empolgação a possibilidade. “Não só receberia, como convidaria Rogério para se filiar com a maior satisfação”, enfatizou.

A legenda, hoje, integra a base do prefeito. O ex-presidente estadual, o marqueteiro Jorcelino Braga, atua junto ao Executivo para melhorar a imagem do gestor da capital com vistas a 2024. Analistas, inclusive, já percebem a diferença.

Possibilidade

O Jornal O Hoje conversou, ainda, com o presidente do Avante, vereador Thialu Guiotti, também da base do prefeito. Segundo ele, é um “fato novo o Republicanos abrir mão de permanecer com o prefeito Rogério”. O parlamentar também destacou que o chefe do Executivo da capital e ele nunca conversaram sobre as eleições de 2024.

“Nós, do Avante, se a saída se concretizar, vamos ouvir se procurados pelo prefeito. Vamos entender o projeto e quais são os planos para uma possível reeleição, caso ele decida por isso. O Avante fez 24 mil votos em 2020, a chapa Maguito e Rogério ganhou por 27 mil votos. Estamos montando uma chapa para obter 45 mil votos e seremos decisivos onde estivermos. Temos tempo de TV considerável e fundo partidário. Então, podemos ajudar com o teto para prefeito de Goiânia”, explicita.

O Jornal também procurou o presidente do PDT goiano, o deputado estadual George Morais, para saber a disponibilidade do partido para receber e apoiar a reeleição de Rogério. Como o parlamentar está em missão internacional, não foi possível o contato.

Sobre a relação do Rogério com o Republicanos, Hildo revelou que o partido colocou os cargos que têm na prefeitura à disposição. Segundo ele, as funções com filiados do partido não foram indicações da legenda, mas articulações individuais ou com apoio de outros atores políticos.

“Lamentavelmente, o prefeito está deixando de lado o partido que o projetou”, disse ao Mais Goiás.  “Se não formos atendidos, vamos desembarcar da prefeitura e deixar Rogério Cruz seguir o projeto político dele. Assim, o Republicanos poderá dialogar com outras forças políticas para 2024.”

A fala repercutiu no meio político. Um dos mais contundentes foi o deputado estadual Clécio Alves (Republicanos), que subiu à tribuna da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), por três vezes, na quarta-feira (20), para defender o prefeito.

“Como que ele se sente com autoridade de dizer que o prefeito de Goiânia, do meu partido, que está na sigla antes de mim e dele, não tem a certeza de ser apoiado pelo partido?”, questionou em parte do discurso. “O presidente deveria respeitar quem tem voto e quem tem mandato”, disse em um trecho do duro discurso.