Empréstimos que podem chegar a R$ 1 bi, trunfos para Cruz e Vilmarzinho

Prefeitos de Goiânia, Rogério Cruz e de Aparecida, Vilmar Mariano, estão no encalço de verbas que podem dar uma guinada na popularidade: obras por todo o lado às vésperas do pleito municipal

Postado em: 17-11-2023 às 08h30
Por: Yago Sales
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Vilmarzinho tem repetido, inclusive em entrevistas ao jornal O Hoje, que, com o dinheirão, quer colocar máquinas em praticamente todas as ruas sem asfalto da cidade vizinha à Goiânia | Foto: Reprodução

Ano que vem é eleitoral. O eleitorado pode até não lembrar, mas, em Aparecida e em Goiânia, dois personagens da política não deixam um dia sequer de esquecer que, em outubro, vão ter de enfrentar, voto a voto, adversários pelo seu próprio lugar na cadeira mais importante de suas cidades: a de prefeito. Falo de Rogério Cruz, em Goiânia, e de Vilmar Mariano, o Vilmarzinho, de Aparecida. 

Para que tenham êxito, contudo, ambos têm um trunfo na manga: empréstimo que pode irrigar o tesouro municipal, levando, a bairros das cidades, maquinário, barulheira e corre-corre em obras. E, para os dois, que buscam a reeleição, entender que o eleitor vai ver a prefeitura colocando, ainda mais, mãos na massa, deve dar um baita alívio. 

Não é de hoje que o prefeito de Aparecida aguarda a bufunfa Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como Banco do Brics, atualmente presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff, há mais de ano. Mas, segundo fontes da prefeitura, parece que não tem muito o que fazer senão esperar quase R$600 milhões ( na verdade, R$590 milhões) de reais cair na conta. 

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A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) deu mais motivo para a felicidade da equipe econômica aparecidense. No dia 10, o órgão concedeu parecer técnico favorável para que a prefeitura tenha acesso ao empréstimo de 120 milhões de dólares. Com isso, o secretário da Fazenda da cidade, Einstein Paniago, está rindo à toa. Além dos R$120 milhões, Aparecida deverá entrar com 30 milhões de contrapartida.

Vilmarzinho tem repetido, inclusive em entrevistas ao jornal O Hoje, que, com o dinheirão, quer colocar máquinas em praticamente todas as ruas sem asfalto da cidade vizinha à Goiânia. 

Depois de ter passado pela STN, a solicitação de empréstimo vai ser discutida na Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Em seguida, o que não deve ser difícil, o montante vai passar pelo julgo do ministro Fernando Haddad. Ainda no rito, e caso o ministro autorize, a papelada será levada para a Casa Civil. Depois vai à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal (CAE), atualmente presidida pelo senador goiano Vanderlan Cardoso. 

Já o prefeito da capital, Rogério Cruz, quer expandir obras de infraestrutura, como já tem feito. Reportagens do jornal O Hoje têm acompanhado lançamentos de obras e inaugurações. Com isso, é evidente, Cruz está com meio caminho andado. 

Cruz enviou o projeto, que solicita empréstimo, de R$1 bilhão à Câmara Municipal, na última terça-feira (14). Na justificativa, o Paço diz que pretende, com a grana que deve conseguir junto ao Banco do Brasil, investir também em educação, saúde, mobilidade, modernização de gestão e de infraestrutura. Nada mal para quem tem como meta, a cada, se tornar mais conhecido pela população goianiense. 

Na verdade, tanto Rogério Cruz quanto Vilmar Mariano têm a dura missão de colocar a cara na rua, mostrar que estão à frente de suas prefeituras e derreter qualquer dúvida do eleitorado goianiense e aparecidense. 

Em Aparecida, Vilmar Mariano, que era um bem-sucedido vereador até encarar a vice ao lado de Gustavo Mendanha em 2020, se tornou prefeito depois que o titular deixou o cargo para tentar o governo em 2020. Herdou de Mendanha o espólio político-administrativo de Maguito Vilela, o mais bem avaliado dos prefeitos nas últimas décadas. A prova disso é que conseguiu, sem dificuldades, consolidar Mendanha na sucessão. 

Rogério Cruz, por sua vez, chegou ao Paço antes que Maguito Vilela assinasse qualquer ordem de serviço em 2021, logo após a posse, enquanto estava em um leito de UTI, em São Paulo, onde se tratava da Covid-19, que contraiu durante campanha eleitoral no ano anterior. 

Sem dúvidas, ter dinheiro – muito – em caixa para mostrar, na reta final, a imponência das gestões, vai facilitar sobremaneira o projeto de reeleição dos dois.

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