Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Governo Federal aprova concessão de florestas no Amazonas para setor privado

No programa, 15 empresas estão no PPI em estudos para privatização ou parceria, dentre as quais, os Correios, a Telebrás e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) – Foto: Reprodução.

Postado em: 19-02-2020 às 17h30
Por: Nielton Soares
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No programa, 15 empresas estão no PPI em estudos para privatização ou parceria, dentre as quais, os Correios, a Telebrás e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) – Foto: Reprodução.

Da Redação*

O Governo Federal, por meio do conselho do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), incluiu 22 novos projetos na lista de empreendimentos a serem concedidos à iniciativa privada nos próximos anos. Entre eles está a exploração de recursos de três florestas – Humaitá, Iquiri e Castanho – todas no Amazonas. A lista foi aprovada nesta quarta-feira (19). 

O anúncio aconteceu durante a 12ª Reunião do Conselho do PPI, no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Jair Bolsonaro. Ao todo a carteira do PPI conta com 134 projetos e 12 políticas, que são as prioridades na agenda de concessões da Presidência da República. “Elas [as florestas] foram incluídas para que a gente tenha a delegação à iniciativa privada do manejo sustentável dessas florestas, uma agenda que vai contribuir na conservação, para reduzir as queimadas e permitir o controle e investimento sustentável das floretas brasileiras”, disse a secretária do PPI, Martha Seillier.

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O modelo de concessão será o de manejo florestal em bases sustentáveis, que permita o benefício econômico, mas que proporcione à floresta capacidade de se recuperar ao longo do tempo. A inclusão das florestas na carteira do PPI está muito mais associada a permitir que as famílias e as empresas possam ter uma exploração regulada pelo governo e diminuir a grilagem de terras e a exploração ilegal”, disse Martha Seillier.

Turismo

O conselho do PPI também incluiu na carteira a política de atração de investimentos privados para o setor de turismo. Para tanto, será criado um comitê interministerial que vai se debruçar e propor mudanças na legislação com o objetivo de impulsionar o setor, dar segurança jurídica aos investidores e avaliar os impactos socioeconômicos dessas alterações.

Formado por membros dos ministérios do Turismo, da Economia e da Casa Civil e da Secretaria de Governo, o comitê será terá participação da Secretaria de Patrimônio da União, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Infraestrutura e energia

Também foram abertos hoje estudos para o arrendamento de cinco terminais portuários – Aratu, na Bahia, Maceió, em Alagoas, Santana, no Amapá, Paranaguá, no Paraná, e Vila do Conde, do Pará – e para a concessão de três terminais pesqueiros – Cabedelo, na Paraíba, Belém, no Pará, e Manaus, no Amazonas.

Além disso, dois leilões de energia nova (A-4 e A-6) foram autorizados para expansão do sistema elétrico brasileiro. O conselho ainda definiu mais dois leilões de linhas de transmissão de energia. Todos esses leilões estão previstos para este ano.

Empresas públicas

No âmbito das empresas públicas, o conselho do PPI aprovou a inclusão do Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) e de um lote de participações minoritárias da União no PND. A privatização da Ceitec já estava em estudo pelo programa, e a modelagem de concessão deverá ser apresentada na próxima reunião do conselho.

Quinze empresas incluídas no PPI, entre as quais, os Correios, a Telebrás e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), continuam em estudos para futura privatização ou parceria. De acordo com o secretário de Desestatização, Desinvestimentos e Mercados do Ministério da Economia, Salim Mattar, pela complexidade dos Correios, a empresa deve ser privatizada só em 2021.

PPI

O PPI foi criado por meio de lei em 2016, durante o governo Michel Temer. No início do governo Bolsonaro, o programa estava sob responsabilidade da Secretaria de Governo e, em junho do ano passado, foi transferido para a Casa Civil e, em janeiro deste ano, para o Ministério da Economia. Esta foi a primeira reunião do conselho comandada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

Na nova pasta, o PPI foi incorporado na forma de uma nova secretaria especial. A secretária Martha Seillier continua à frente do programa, responsável pela coordenação do programa de concessões e privatizações e parcerias entre os setores público e privado. Ela vai atuar de forma coordenada com a secretaria comandada por Salim Mattar, para acelerar o programa de privatização de empresas estatais. (Com informações da Agência Brasil) 

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