Telescópio Webb detecta galáxia mais distante já registrada

Segundo os pesquisadores, ela data menos de 400 bilhões de anos após o Big Bang

Postado em: 12-12-2022 às 15h56
Por: Cecília Epifânio
Imagem Ilustrando a Notícia: Telescópio Webb detecta galáxia mais distante já registrada
Segundo os pesquisadores, ela data menos de 400 bilhões de anos após o Big Bang | Foto: NASA/ ESA/ CSA

A galáxia mais antiga do universo foi detectada por uma equipe internacional de astrônomos com uso de dados do Telescópio Espacial James Webb, da NASA. Segundo os pesquisadores, ela data menos de 400 bilhões de anos após o Big Bang e sua luz levou mais de 13,4 bilhões de anos para chegar até nós.

Segundo a agência espacial norte-americana, informações coletadas pelo equipamento forneceram pistas para galáxias primitivas. Esses alvos foram confirmados pela obtenção de observações espectroscópicas, revelando padrões nas impressões digitais de luz provenientes dos locais.

“Foi crucial provar que essas galáxias, de fato, habitam o início do Universo. É muito possível que galáxias mais próximas se disfarcem de galáxias muito distantes” disse a astrônoma e coautora do trabalho Emma Curtis-Lake, da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido. “Ver o espectro revelado como esperávamos, confirmando que essas galáxias estão no verdadeiro limite de nossa visão, algumas mais distantes do que o Hubble podia ver. É uma conquista tremendamente emocionante para a missão.”

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O portal Science Alert diz que ser capaz de investigar o Universo mais antigo foi uma das maiores esperanças depositadas no JWST (sigla em inglês, para o Telescópio Espacial James Webb), afinal, a compreensão humana do primeiro bilhão após o Big Bang é limitada, e encontrar objetos antigos podem ajudar a esclarecer esse momento crucial para a formação das galáxias.

Descoberta de galáxias

Atualmente, existem modelos que descrevem como os eventos se enrolaram após o Big Bang (explosão que formou o Universo). Acredita-se que antes do nascimento das primeiras estrelas, o Universo estava repleto de matéria opaca, particulas que, aos poucos, foram se combinando até formar o hidrgênio neutro.

Quando as estrelas começaram a se formar, elas ionizaram o hidrogênio e a luz brilhos. Este processo foi concluído cerca de 1 bilhão de anos após o surgimento do Universo.

“A luz desses objetos é muito fraca, tendo viajado de tão longe. E, devido à expansão do Universo, ele foi significativamente esticado para a extremidade mais longa e vermelha do espectro, um fenômeno conhecido como redshifting”, explica o Science Alert.

O JWST é o telescópio mais poderoso já lançado no espaço e é especializado em luz infravermelha e quase infravermelha – projetado para detectar essa luz desviada para o vermelho, com o melhor de nossa capacidade. Para obter um redshift confiável, a luz precisa ser dividida em seus comprimentos de onda constituintes, uma técnica conhecida como espectroscopia.

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