“Fazendo do limão uma limonada”: diz mulher multada por vídeo no TikTok sobre processo trabalhista

Esmeralda Mello, entrou com um processo trabalhista contra uma joalheria de São Paulo, no fim de 2021. Ao prestar depoimento, a mulher e mais duas testemunhas gravaram um TikTok para comemorar. Após a comemoração, a ex-vendedora foi multada por litigância de má-fé.

Postado em: 18-07-2022 às 17h19
Por: Ana Bárbara Quêtto
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A jovem já possui outro emprego e afirma saber lidar com os comentários na internet. "Tem a galera que apoia e tem também os 'haters'. Mas faz parte. Estou encarando isso bem" | Foto: Reprodução

Esmeralda Mello, entrou com um processo trabalhista contra uma joalheria de São Paulo, no fim de 2021. Ao prestar depoimento, a mulher e mais duas testemunhas gravaram um TikTok para comemorar. Após a comemoração, a ex-vendedora foi multada por litigância de má-fé.

“Não me arrependi da postagem, mas ela teve uma repercussão que eu não esperava. Tive um milhão de visualizações no vídeo e não esperava que fosse repercutir desse jeito. Meu celular está travado de tanta mensagem”, disse a jovem

“Mas estou encarando tudo isso numa boa. Como diz o ditado: fazendo do limão uma bela limonada”, ressaltou. Tanto a gravação, quanto o processo trabalhista, repercutiram muito nas redes sociais.

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Na legenda do vídeo, ela escreveu: “Eu e minhas amigas indo processar a empresa tóxica”. As três aparecem dançando. A dona da empresa, então, apresentou o TikTok como evidência de que Esmeralda era amiga das testemunhas.

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Processo e multa

Esmeralda entrou com uma ação trabalhista contra a empresa, pedindo reconhecimento de vínculo empregatício, de um período anterior ao que consta na carteira de trabalho. Além de dano moral pela omissão do registro e por tratamento humilhante no ambiente de trabalho.

A Justiça do Trabalho condenou a joalheria a pagar para a mulher, os direitos trabalhistas pedidos, como: 13º salário proporcional (1/12); férias proporcionais (1/12) com acréscimo de 1/3; FGTS e multa de 40% e horas extras.

Contudo, a marca também deve pagar, à Justiça, uma multa de 2% sobre o valor da causa por ato atentório a dignidade da Justiça, depois de afirmar, em áudio, que advogados públicos “são vagabundos”.

“Assim, ainda que as palavras ditas tenham ocorrido em esfera privada, entende este juízo que o Judiciário, bem como todos seus membros, incluindo os advogados que tão nobremente atuam diariamente na defesa de seus clientes, não podem ser desrespeitados”, explicou a juíza.

Após a repercussão, a “tiktoker” entrou com um recurso contra a anulação das duas testemunhas. Porém, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª região, em São Paulo, não alterou a sentença de 2ª instância e, ainda, negou pagamento das horas extras.

A jovem já possui outro emprego e afirma saber lidar com os comentários na internet. “Tem a galera que apoia e tem também os ‘haters’. Mas faz parte. Estou encarando isso bem”.

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