Em novo álbum, Taylor Swift imerge na crise existencial e consagra seu retorno ao pop genérico

Lançado nesta sexta-feira (21/10), Midnights é o décimo álbum da cantora e conta com 13 faixas musicais divididas em Lado A e Lado B.

Postado em: 23-10-2022 às 10h10
Por: Victória Vieira
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A cantora Taylor Swift lançou o seu novo álbum nesta sexta-feira (21/10) e levou os fãs á loucura | Foto: Reprodução

A cantora Taylor Swift lançou o seu novo álbum nesta sexta-feira (21/10) e levou os fãs á loucura. Intitulado de “Midnights”, a estética do álbum com ensaios fotográficos vintage e melancólicos nos fez acreditar que a artista traria uma vibe remetendo aos seus últimos trabalhos ‘Folklore‘ e ‘Evermore‘, que priorizaram o gênero musical pop indie e um folk contemporâneo. No entanto, para aqueles que confiaram fielmente na divulgação, o sentimento pode ser de decepção ao ouvir o disco.

Para não ser injusta ao trabalho árduo e poético de Swift, é preciso admitir, ninguém é proprietária de uma genialidade tão gritante ao compor como ela. Divido em duas partes, o lado A nos traz canções totalmente imersas ao conceito de tudo que a madrugada representa: um momento onde temos reflexões profundas acerca dos nossos medos, inseguranças, problemas e a crise existencial.

Taylor dedica o álbum para as aqueles que já foram machucados no amor, aqueles que estão tentando seguir em frente carregando consigo um coração partido e até mesmo os que encontraram a pessoa certa, mas revisitam o passado se questionando o que poderia ter sido com aquele alguém que você tanto amou algum dia. Se ignorarmos as canções “Karma” e “Vigilant Shit” que saíram totalmente do eixo, apresentando letras que poderiam ter sido escritas por adolescentes imaturos no auge da puberdade, o álbum ganha sentido na junção de “Lavender Haze” a “Midnight Rain“.

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A magia da cantora está em sua habilidade de dar vida em composições líricas, humanizando os sentimentos considerados irracionais por uma paixão. É sentir que estamos ao lado de nossa melhor amiga confessando os nossos pecados e logo em seguida, receber um acolhimento sem julgamentos, pois ela já enfrentou situações semelhantes.

O lado B é a divisão do álbum que poderia facilmente ser esquecida ou confundida, isto é, ao escutar você automaticamente entra em um looping infinito e sem saída, porque todas as músicas contém a mesma sonoridade. Porém, isso não se concretiza graças às canções “Sweet Nothing”, “Labyrinth”, “Question…?” que dão uma leve ideia da dinâmica explorada entre Taylor e Jack Antonoff, produtor do disco. Contando histórias ficcionais ou não, o cenário descrito nas músicas facilmente podem ser visualizas com a grandiosidade literária.

A realidade é que houveram grandes esperanças para o ‘Midnights‘ como um trabalho diferente e infelizmente, não foi isso que aconteceu. Contudo, o álbum não se caracteriza como uma obra ruim, apenas ok e isso não combina com Taylor Swift, afinal, a sua arte musical sempre atendeu às expectativas dos fãs. O problema é que todas as canções se mostraram fantasiadas de descartes de todos os seus discos pop: ‘1989‘, ‘Reputation‘ e ‘Lover’. Nada de inovador.

Mas diante a concepção a quem vos escreve, o ‘Midnights‘ trouxe os segredos mais obscuros e sujos do que um diário trancado à sete chaves poderia ter. Em contraste, também acatou o fato de termos dias em que o sentimento de pertencer a uma vida feliz, eletrizante e intensa prevalece em nós. Por isso, vale a pena escutar algo que te faça entender o verdadeiro significado das pequenas situações que enfrentamos na realidade e que podem ser insignificantes depois de um tempo, mas vão para sempre manter uma cicatriz pendente em nós.

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