ANCINE apresenta publicação inédita com dados primários do setor de TV paga

Documento traz informações sobre programação, presença de conteúdo brasileiro e publicidade dos canais por assinatura do país.

Postado em: 12-08-2017 às 16h00
Por: Gislaine Xavier
Imagem Ilustrando a Notícia: ANCINE apresenta publicação inédita com dados primários do setor de TV paga
Documento traz informações sobre programação, presença de conteúdo brasileiro e publicidade dos canais por assinatura do país.

A Agência Nacional do Cinema – ANCINE anunciou na última
quinta-feira começará a publicar regularmente no OCA – Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual os
informes sobre os Resultados Mensais da TV Paga. O anúncio foi na
sede da Agência, no Centro do Rio de Janeiro, pela diretora-presidente em
exercício, Debora Ivanov, e pelo diretor Roberto Lima.

“Com esse monitoramento podemos observar o comportamento dos
diferentes tipos de obras veiculadas nos canais, em especial as brasileiras. O
objetivo será o de publicar mensalmente esses dados para que a sociedade tenha
um amplo acesso a essas informações”, disse Debora Ivanov, durante a abertura
da apresentação.

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Também presente no lançamento, a superintendente de Análise de
Mercado da ANCINE, Luana Maíra Rufino, destacou o ineditismo da ação. “Pela
primeira vez nós chegamos a um modelo de informe mensal a partir de dados
primários no segmento de TV paga. Essa ocasião também é muito especial porque
abre espaço à apresentação técnica de estudos e pesquisas dos servidores que
efetivamente trabalharam na elaboração dessas análises”, afirmou.

Monitoramento e ranking

A Participação de conteúdo brasileiro na grade geral e no
horário nobre, distribuição das obras nacionais por faixa horária, média
semanal de programação brasileira são alguns dos dados que serão consolidados e
divulgados publicamente todos os meses. O informe também trará rankings dos
títulos mais exibidos no horário nobre e dos canais com mais tempo de
programação brasileira dentro da TV paga.

Na apresentação, os servidores Roberto Walter Ferreira Júnior,
coordenador de Monitoramento de Televisão Aberta e Paga, Carlos Henrique
Nascimento da Silva, especialista em Regulação da Atividade Cinematográfica e
Audiovisual, e Luana de Freitas Costa, técnica em Regulação da Atividade
Cinematográfica e Audiovisual, detalharam as metodologias e os informes relativos
ao monitoramento e à tabulação dos dados. Eles também mostraram os primeiros
resultados processados, utilizando como exemplo os dados de novembro de 2016.

De acordo com os dados levantados, nos canais de espaço
qualificado submetidos à cota de 3h30 de conteúdo brasileiro no horário nobre,
a maior incidência de programação brasileira é no horário das 18h às 19h30, e
13,4% do percentual de horas de programação no horário nobre são de obras
brasileiras, sendo 9,7% obras independentes e 3,7% não independentes.

Além disso, o monitoramento revelou as produções brasileiras de
espaço qualificado com mais horas de programação. “HQ”, documentário exibido na
HBO, foi à obra independente que mais tempo foi veiculada, enquanto “Vai que
cola”, pelo Multishow, foi a não independente com maior exibição. Outro ranking
listou as emissoras com mais horas de programação brasileira no horário nobre.
Na ordem, Multishow, Canal Viva, GNT,
Discovery Home and Health, Fox 1, A&E, Telecine Touch, Lifetime, Comedy
Central e Paramount Channel.

Os resultados são produzidos a partir de informações extraídas
dos relatórios que as programadoras de TV enviam mensalmente à ANCINE, via
Sistema de Recepção de Programação de TV (SRPTV). “O primeiro desafio que
tivemos foi a obtenção dos dados. Vencida essa etapa, o desafio passou a ser
como tratar esses dados e produzir informação de qualidade com eles”, explicou
Roberto Walter.

Valorização do conteúdo nacional

Ao final da apresentação, a diretora-presidente em exercício da
ANCINE ressaltou que o monitoramento representa um grande avanço na valorização
do conteúdo nacional na TV paga. “Já se tem elementos para saber o número de
horas que determinada obra foi veiculada, por exemplo. Ao dividir isso pelo
tempo da obra, já se tem argumentos do número de vezes que a produção passou no
horário nobre. E isso valoriza a negociação. Já dá para ter um novo discurso em
relação à valorização da veiculação dessas obras. É outro patamar. Mas é claro
que vamos avançar e para avançar dependemos de mais informações”, concluiu
Debora Ivanov.

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