Com apoio do MinC, fenômeno da TV a cabo chega aos cinemas

Com mais de 100 episódios lançados desde 2009, Peixonauta, ícone da animação nacional criado pela produtora TV PinGuim, além de líder de audiência na TV por assinatura

Postado em: 24-02-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Com mais de 100 episódios lançados desde 2009, Peixonauta, ícone da animação nacional criado pela produtora TV PinGuim, além de líder de audiência na TV por assinatura

As aventuras de um pequeno peixe, sempre acompanhado de seus amigos Marina, uma menina, e Zico, um macaco, conquistaram o Brasil e ganharam o mundo. Com mais de 100 episódios lançados desde 2009, Peixonauta, ícone da animação nacional criado pela produtora TV PinGuim, além de líder de audiência na TV por assinatura, se tornou um sucesso mundial, com exibição em mais de 90 países. 

Com apoio do Ministério da Cultura (MinC), por meio da Agência Nacional de Cinema (Ancine), com recursos de R$ 800 mil do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), Peixonauta ganhou versão para telona. Será exibido, até este domingo (25), em 114 salas de cinema do Brasil. Depois, estará disponível na Netflix em três idiomas (português, inglês e espanhol).

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O produtor-executivo da TV PinGuim, Ricardo Rozzino, explica que a ideia do filme surgiu em 2011 e que, orçado em cerca de R$ 5 milhões, não teria sido viável sem os recursos do FSA. “Os episódios têm 11 minutos e o filme, 77. Queríamos contar uma história com abrangência e impacto maior. Fizemos versão 2D, mas também 3D, para que o público tivesse uma experiência diferente nos cinemas”, conta. “Não teria acontecido sem o FSA, foi um complemento fundamental”, reforça.

Na história, Peixonauta vai até a cidade com seus amigos Marina e Zico para tentar resgatar o Doutor Jardim, avô de Marina. Chegando lá, descobrem que todos da cidade sumiram. Para solucionar o problema, precisarão da ajuda dos mais renomados peixes cientistas da O.S.T.R.A. (Organização Secreta para Total Recuperação Ambiental). 

Assim como na TV, o agente secreto soluciona casos relacionados ao meio ambiente e à sustentabilidade. “O Peixonauta tem uma empatia muito forte porque trata com muita espontaneidade a solução de problemas e isso é baseado no trabalho em grupo”, diz Rozzino. “Os personagens interagem e discutem as soluções, eles têm uma maneira de resolver os problemas por meio do diálogo”, completa. 

No filme, a cultura brasileira está presente em diversos aspectos. “A música tem instrumentos tipicamente brasileiros e a paisagem também tem muito do Brasil. Dá para reconhecer alguns cenários, como São Paulo e o Parque do Ibirapuera, por exemplo”, conta. 

Sucesso e pioneirismo

Para Rozzino, Peixonauta contribuiu para que o mercado entendesse que a animação brasileira poderia dar certo. “O mercado internacional compreendeu que alguns produtos dão certo, mas ainda há dificuldades de financiamento e de distribuição de salas de cinema. Você é esmagado pela produção internacional”, lamenta. 

Rizzotto lembra que, quando a primeira temporada da série Peixonauta começou a ser produzida, não havia suporte de leis de incentivo para obra seriada de TV e o canal Discovery nunca havia apostado numa produção infantil brasileira. “Não havia histórico de produção de animação em larga escala no país. Foram produzidos 52 episódios, totalizando 572 minutos em 18 meses”, relata.

De lá pra cá, o desenho conquistou diversos títulos. Recebeu o Prix Jeunesse Latino Americano, o prêmio APCA, prêmio APEX e atualmente é veiculado em 90 países. Em breve, o desenho ganhará uma nova temporada, que já começou a ser criada pela TV PinGuim.

A franquia Peixonauta soma mais de 200 mil curtidas no Facebook, 14 aplicativos com mais de 100 mil downloads, mais de 140 mil inscritos no canal do YouTube e quase 100 milhões de visualizações. 

Além das séries de TV e do filme, Peixonauta ganhou três espetáculos teatrais: “Peixonauta em O Caso da Grande Chuva”, “O Caso do Indiozinho” e o musical “Cante com Peixonauta” que continua em cartaz pelo país. (MinC) 

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