Sociedade Brasileira de Dermatologia-SBD lança ‘Dezembro Laranja’ 2017

Com a mensagem “Se exponha, mas não se queime”, campanha enfatiza importância de hábitos cotidianos para a prevenção ao câncer de pele

Postado em: 25-11-2017 às 09h20
Por: Kamilla Lemes
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Com a mensagem “Se exponha, mas não se queime”, campanha enfatiza importância de hábitos cotidianos para a prevenção ao câncer de pele

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) revelam, anualmente, mais de 170 mil casos de câncer de pele, o de maior incidência no País. Atenta a esse alto índice, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) desenvolve, desde 2014, o movimentoDezembro Laranja, com a promoção de iniciativas de conscientização sobre a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, incluindo a importância da fotoproteção para a redução dos riscos. Neste ano, pela primeira vez, a campanha continua durante todo o verão, e levará diferentes ações à internet, às ruas, aos parques e às praias.

Em 2017, o slogan é Se exponha, mas não se queime. “A campanha visa a atingir especialmente quem trabalha sob o sol, ao ar livre e pessoas em seu cotidiano e momentos de lazer”, diz o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Goiás (SBD-GO), Adriano Loyola.

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Para prevenir o câncer de pele, médicos da SBD orientam que, sob o sol, deve ser usado chapéu com aba larga, roupas que cubram boa parte do corpo, óculos de sol e protetores solares com fator mínimo de a proteção solar (FPS) 30. “Hidratar o corpo também é uma medida fotoprotetora importante, e, claro, evitar os horários de maior insolação: das 10h às 16h”, completa Loyola.

Esta é a 18ª edição da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “A ideia é sempre reforçar a importância da proteção diária como forma de prevenção e alertar que a identificação precoce do câncer de pele aumenta as chances de cura e evita danos ou mutilações”, diz o especialista.

 Campanha

Dentre as iniciativas previstas, estão a divulgação de peças publicitárias na internet, com concentração durante o mês de dezembro, que alertam sobre a incidência do câncer da pele. As peças virão marcadas com as hashtags #DezembroLaranja e#ControleoSol. Quem tiver interesse poderá divulgar a campanha nas redes sociais, customizando a foto de perfil, postar o texto com fundo laranja, no Facebook, e/ou usar o filtro laranja do Stories no Instagram.

Assim como em anos anteriores, personagens e lideranças em suas áreas de atuação participarão do movimento, vestindo a cor laranja, e monumentos nacionais serão iluminados com a cor símbolo da campanha, frisando o compromisso com a prevenção e medidas protetoras.

Mutirão

A primeira ação da campanha Dezembro Laranja ocorrerá no próximo dia 2 de dezembro, sábado (das 9 às 15h), quando cerca de 3 mil dermatologistas realizarão consultas gratuitas em 129 postos de atendimento, em 24 estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal. A expectativa é de que mais de 30 mil pessoas sejam atendidas durante a mobilização. “Em Goiás, a campanha ocorrerá no Hospital das Clínicas-UFG, das 9h às 15h, e os médicos esperam atender mais de 1 mil pessoas. Cerca de 80 dermatologistas e voluntários participam desta ação”, informa o presidente da SBD-GO.

Ainda de acordo com Loyola, na edição de 2016 foram atendidas cerca de 20 mil pessoas: “Dessas, 13,28% (2.651) apresentaram lesões de câncer na pele, sendo já encaminhadas para tratamento”. Desde a sua implementação, em 1999, a campanha da SBD atingiu 566.873 pessoas. Em 5 de dezembro de 2009, a SBD recebeu a certificação do Guinness World of Records por ter promovido a maior campanha médica do mundo realizada em um único dia.

Câncer de pele

Segundo definições da SBD e da SBD-GO sobre o câncer de pele, a doença é provocada pelo crescimento anormal das células que compõem a pele. É o câncer mais frequente no Brasil e corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no País. Apresenta altos percentuais de cura, se for detectado precocemente. Dentre os tumores de pele, o tipo não melanoma é o de maior incidência e mais baixa mortalidade.

O câncer de pele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, sendo relativamente raro em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas anteriores. Pessoas de pele clara, sensível à ação dos raios solares, ou com doenças cutâneas prévias são as principais vítimas. Como a pele – maior órgão do corpo humano – é heterogênea, o câncer de pele não melanoma pode apresentar tumores de diferentes linhagens.

Os mais frequentes são o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular. O carcinoma basocelular, apesar de mais incidente, é também o menos agressivo. Estimativa de novos casos: 175.760, sendo 80.850 homens e 94.910 mulheres (Inca/2016). Número de mortes: 1.769, sendo 1.000 homens e 769 mulheres (Sistema de Informação sobre Mortalidade-SIM/2013).

Prevenção

A Sociedade Brasileira de Dermatologia orienta que as pessoas se examinem, com periodicidade, consultando um dermatologista em caso de suspeita. Também é importante que se examinem familiares, pois muitas vezes os cânceres podem aparecer em regiões que não conseguimos ver sozinhos. Ao se expor, é importante que as áreas descobertas estejam protegidas, mesmo em dias frios e nublados.

Adriano Loyola lembra reforça que prevenir é a melhor forma de evitar a doença. “A melhor forma de identificar qualquer alteração na pele é observar as costas, atrás das orelhas, a cabeça e a planta dos pés, de uma a duas vezes por ano, de frente para o espelho. Devem ser procuradas: pequena ferida ou nódulo na pele, de cor branca, avermelhada, rosa, que pode causar coceira; ferida ou nódulo na pele, que cresce rápido e forma uma casquinha, acompanhada de secreção e coceira; ferida que não sara e que sangra durante várias semanas; verruga que cresce; mancha ou pinta que muda de aspecto”, finaliza o presidente da SBD-GO.

ABCDE da pinta

Assimetria – A metade da pinta não é semelhante a outra metade. Pintas perigosas ou melanomas tendem a ter uma assimetria de cores e forma.

Bordas – Lesões malignas apresentam bordas irregulares, dentadas ou com sulcos, com interrupção abrupta na pigmentação da margem.

Cor – A coloração não é a mesma em toda pinta. Lesões muito escuras ou que apresentem diferentes tons em uma mesma lesão devem ser avaliadas, pois podem indicar malignidade.

Diâmetro – Lesões que crescem rápido de diâmetros, principalmente aquelas maiores que 6 milímetros levam a uma suspeita maior de lesão maligna.

Evolução – Toda pinta que mudar (mudança de cor, formato, tamanho e relevo) em curto período de tempo (de 1 a 3 meses) deve ser examinada por um dermatologista.

Outra forma de avaliar o risco da doença é por meio da Calculadora de Risco para Câncer da Pele, disponível no site www.sbd.org.br/controleOsol/calculadora .

(Foto: Reprodução)

 

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