Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Com apoio, Bernardo Sayão deve ser revitalizada

Projeto pretende requalificar avenida e resgatar a vocação de moda da via

Postado em: 14-07-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Projeto pretende requalificar avenida e resgatar a vocação de moda da via

Mardem Costa Jr.

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Após experimentar um amargo processo de decadência na última década, a Avenida Bernardo Sayão pode ganhar uma nova roupagem brevemente. Lideranças comerciais, governamentais e políticas começaram a se articular para dar um novo gás para a via – que possui cerca de três quilômetros e liga a Avenida Goiás a região da Avenida 24 de Outubro, em Campinas. O primeiro passo foi uma audiência pública que discutiu o assunto na semana passada, a pedido do vereador Anselmo Pereira (PSDB).

O caso da avenida é fruto de vários fatores, como a falta de ações voltadas ao segmento do vestuário e de uma estrutura para atender adequadamente os frequentadores das lojas. A concorrência com o comércio nas proximidades da Rodoviária de Goiânia, considerada desleal pelos lojistas da Bernardo Sayão, também pesou para a migração de público.  “Enquanto as redondezas da Rua 44 são servidas de rede hoteleira e de outros serviços, somos servidos do que?”, lamenta um comerciante.

O presidente da Associação Comercial e Industrial da Bernardo Sayão e Região, Cairo Myron, acredita que o Poder Público precisa criar políticas públicas que possam beneficiar tanto os comerciantes da via quanto os visitantes. “É preciso, acima de tudo, que haja uma nova visão para a avenida. Não somos apenas um comércio de roupas, mas um polo de modas. O que está na vitrina é fruto de um processo inteiro, e quando não há incentivo, ele torna-se fraco. É fácil copiar uma ideia e vender, difícil é conceber uma peça a partir do zero”, pontua.

Myron, que vive o dia-a-dia da Bernardo há mais de 55 anos, também solicitou a elaboração de um projeto arquitetônico. Este deverá nortear as ações a serem tomadas tanto pelos comerciantes quanto pelos órgãos municipais e estaduais. “Precisamos repensar a avenida juntos, e para isso vamos conversar com os empresários e ouvi-los, para que colaborem conosco com essa nova fase. Ao contrário do que já foi dito, a Bernardo Sayão não morreu. O que mais queremos é voltar a ser uma via pulsante da cidade”.

Apoio

O comerciante Jonair Morais, há 22 anos na via, acredita que além do Poder Público, é preciso que haja união entre os lojistas. Ele reclama que a desunião entre eles permitiu que a avenida perdesse o brilho que um dia teve. Morais registrou uma queda de 30 a 45% nas vendas nos últimos anos e reclama que potenciais clientes foram afugentados por ações equivocadas, como apreensões de ônibus nas rodovias. “É preciso que os comerciantes se unam e pressionem as autoridades para que a modernização da Bernardo Sayão saia o quanto antes. É algo importantíssimo e não podemos mais conviver com a decadência desse espaço. Além de requalificar a avenida, precisamos cobrar que os órgãos governamentais não intimidem as caravanas, com fiscalizações abruptas”, avalia.

Queixas

Uma das queixas recorrentes é a falta de uma rede de serviços que permita ao visitante realizar suas demandas no entorno, sem a necessidade de um deslocamento para outras partes da cidade. A falta de uma estrutura hoteleira é a maior reclamação dos “sacoleiros”. A servidora pública Andressa Rodrigues veio de Araguaína (TO) para comprar roupas para os dois filhos, com idades entre 10 a 12 anos, e reclama da dificuldade de achar uma vaga para estacionar na via. “Para não ter de ficar rodando por muito tempo, acabo ficando mais próxima onde deixei o carro estacionado.”

 

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