Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Três condutores têm a CNH suspensa por dia

Foram autuados por risco de suspensão da CNH mais de 900 motoristas. Em dois anos, incluindo por processos antigos, 2.576 CNHs foram suspensas

Postado em: 15-01-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Foram autuados por risco de suspensão da CNH mais de 900 motoristas. Em dois anos, incluindo por processos antigos, 2.576 CNHs foram suspensas

Wilton Morais*

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De acordo com dados do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), no ano passado, 914 motoristas foram autuados por risco de perderem por suspensão a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O número de documentos representa cerca de três condutores, por dia, em todo o Estado. O órgão esclarece que há processos antigos, nos quais os documentos são suspensos depois, em até o último recurso. 

De 2016 para 2017, por exemplo, foram 2.576 CNHs suspensas, também foram instaurados nesse período 5.124 processos, que estão aguardando prazo para julgamento.Em Goiás, há mais de 2,5 milhões de habilitados, dos quais 33% são de Goiânia. Na Capital há cerca de 888 mil condutores, conforme o inside Detran.

Os avisos de suspensão da CNH são emitidos para os motoristas que superam o limite de 20 pontos na carteira, por um período de 12 meses. Mesmo assim, o condutor possui um prazo para recorrer da suspensão na Comissão de Processo Administrativo de Pontuação de CNH e em demais instâncias como a Junta Administrativa de Recursos e Infrações (Jari) e, em última instância, ao Conselho Estadual de Trânsito (Cetran-GO). 

O engenheiro e doutor em Infraestrutura do transporte, Edésio Elias Lopes, considera que mesmo que tenha fiscalização, ainda assim há muitos condutores rodando com a carteira acima dos 20 pontos. “Falta mais fiscalização por parte da polícia. Mas é difícil fazer esse trabalho, o maior problema é o condutor com má formação”. 

Educação

Segundo o especialista em segurança no trânsito, os métodos de avaliação para retirar o documento de CNH são “detalhistas”, mas ainda falta ensino de educação para garantir um trânsito seguro. “O processo no papel é bom, há análise psicológica, parte teórica e prática, com aulas, mas o problema é a má execução quando o condutor vai para o trânsito”.

Edésio explica que para um trânsito seguro é preciso ter educação, engenharia e esforço legal, com treinamento para que o condutor faça uma direção correta e segura, que haja qualidade nas vias, e por fim a aplicação de multas. “Só conseguimos reduzir o número de acidentes se atingirmos essas três características”, alertou. 

O especialista aponta que a má direção é a causadora da suspensão, que em casos graves geram acidentes terríveis. “Em países como no Brasil morre três pessoas no trânsito a cada mil habitantes. O índice de morte, no Japão é de 1,5, e nos Estados Unidos a média é de 2 por mil habitantes, variando de ano em ano”, comentou o especialista. 

“Estatisticamente, o número de condutores que mudam o comportamento na reciclagem no Brasil seria de 20 ou 30%, que surgem algum efeito. É uma educação que deveria vir da escola, na educação básica. A família também gera esse ensino, é em casa que se aprende a não roubar. Então se o seu pai entra no trânsito dizendo palavrões e não sinaliza seta, é isso que será repassado para o futuro condutor”, ponderou. (Especial para O Hoje) 

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