‘Deadpool’: foi uma longa estrada

Anti-herói da Marvel não devia ter chegado aos cinemas, mas chegou, apesar de toda a polêmica existente

Postado em: 11-02-2016 às 00h00
Por: Redação
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Anti-herói da Marvel não devia ter chegado aos cinemas, mas chegou, apesar de toda a polêmica existente

José Abrão

Após uma longa e bem-sucedida campanha de publicidade, finalmente che­ga aos cinemas o filme de Deadpool, o Mercenário Tagarela, personagem de terceiro ou mesmo quarto escalão da Marvel. O filme chega aos cinemas nadando por anos contra a corrente das possibilidades. Para quem não conhece, o personagem surgiu em 1991, criado por Rob Liefeld e Fabian Nicieza. O personagem, chamado Wade Wilson, foi criado como uma sátira do vilão Slade Wilson, o Exterminador, da editora concorrente DC. Inicialmente, o personagem era um pouco mais sério do que os fãs conhecem e apareceu como vilão da revista Novos Mutantes, dos X-men.

Com o tempo, o personagem cresceu em popularidade e seu conteúdo foi ficando ca­da vez mais adulto. Eventualmente, o personagem ficou tão popular que chegou a ter seis séries mensais, rivalizando com o outro X-men mais super-utilizado da Marvel, o Wolverine, também com seis publicações. Com um grande foco no humor, o personagem é o responsável pela criação do universo Marvel Zumbis e já foi parte de várias super-equipes da editora, como os Thunderbolts e a X-Force.

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Sua revista principal é cheia de participações especiais de outros heróis, como Cable, Wolverine e Homem-Aranha (seu super-herói favorito) e ele já satirizou diversos outros personagens, como o Lanterna Verde da DC, na minissérie Esquadrão Deadpool, e na minissérie Deadpool Contra Deadpool, nas quais ele encontra e depois enfrenta todas as versões alternativas dele mesmo (incluindo Ninjapool, o Deadpool ninja, e Pandapool, o Deadpool panda).

Até muito recentemente, o personagem estava no topo de todas as listas de filmes de herói que nunca iam acontecer. Muitos eram os fatores para acreditar nisso: violência gráfica, um sem fim de palavrões e conteúdo sexual e ofensivo. Isso para mencionar apenas alguns impedimentos. Para sair do papel, foi uma batalha que começou ainda em 2008 entre o produtor e estrela do filme Ryan Reynolds e os grandes estúdios dos EUA. O ator conheceu o personagem, em 2004, quando um fã lhe apresentou uma edição. Na revista em questão, Deadpool comenta que gostaria de ser vivido no cinema por Reynolds. Foi amor à primeira vista.

Escrito pelos roteiristas de Zumbilândia, o filme só foi rodado depois de uma campanha exaustiva. Reynolds e os roteiristas chegaram a criar uma demonstração em animação para convencer a Fox – vídeo que depois vazou na internet e conquistou os fãs. O resultado de toda essa luta poderá ser visto nos cinemas a partir de hoje. Até agora, tudo indica que o filme será um sucesso: a Fox espera arrecadar US$ 65 milhões apenas com a estreia nos EUA.

As expectativas são tão altas que a Fox já deu sinal verde para uma continuação, atualmente sendo escrita. O filme, com censura 16 anos no Brasil, recebeu críticas nacionais muito positivas e foi avaliado como uma lufada de ar fresco em um ano repleto de filmes de super-herói. Críticos inclusive recomendam: para completar a sátira, o filme possui uma cena após os créditos finais, então não vá embora do cinema.

 

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