Céu se supera, mais uma vez, em seu álbum ‘Tropix’

Não tem mistérios o álbum Tropix, quarto disco de carreira da cantora Céu. Um bocado de canções de amor, a sedutora delicadeza

Postado em: 16-03-2016 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Não tem mistérios o álbum Tropix, quarto disco de carreira da cantora Céu. Um bocado de canções de amor, a sedutora delicadeza de sempre, um certo clima de alta madrugada e um instrumental conciso executado pela nova banda, cuja mola propulsora é o baterista (e coprodutor do disco) Pupillo. A grande questão a ser investigada é a própria Céu, que além de ser uma das vozes mais singulares surgidas na MPB nos últimos dez anos, volta a exercer a composição de uma maneira muito própria. Tropix é um daqueles discos – e não são muitos hoje em dia – que fazem você se perguntar como algo tão simples e cristalino pode ser tão aliciante – e sem aparentar que está fazendo a menor força para isso.

Musicalmente, o disco avança numa espécie de reconexão da música popular brasileira com o pop eletrônico estrangeiro – algo que alguns artistas bem estabelecidos arriscaram em canções de sucesso nos anos 1980 e que, agora com Céu, volta a ser feito com leveza e alegria. Arrastarte-ei e Amor Pixelado são dois bons exemplos de como a cantora se põe à vontade em ambientes sintéticos. 

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A escrita flui em letras como as de Etílica, Varanda Suspensa e a de Sangria, parceria com Lira que traz algo de bolero em sua melancolia. E mesmo quando Céu convoca uma canção de fora do seu círculo, como foi, em Tropix, o caso de Chico Buarque Song, ela consegue acertar no alvo. Vai que ela consegue, enfim, fazer do Fellini um sucesso, não é? Enfim, Tropix é uma tela impressionista, tropical, latino-americana que se converte em “noite néon”, como o amor, quente,que aparece filtrado pela frieza digital em Amor Pixelado. (Agência O Globo) 

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