Conheça 11 doces regionais que, apesar de famosos, não são encontrados em todo Brasil

O Brasil é um país continental, reúne diversos sabores e a variação de doces prova isso; confira

Postado em: 22-12-2021 às 19h00
Por: Carlos Nathan Sampaio
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O Brasil é um país continental, reúne diversos sabores e a variação de doces prova isso; confira | Fotos: reprodução

Doce é um dos maiores vícios existentes na humanidade. Alimentos dosados com açúcares dos mais diversos tipos e que ganham diversas texturas que fazem a festa no paladar da maioria das pessoas, inclusive do meu, autor deste texto. E no Brasil, país de tamanho continental, diversidade de doces é uma realidade que assusta pela quantidade. Apesar disso, recentemente, estive, em um curto período de tempo, em ambas extremidades do país e conversando com moradores locais descobri que muitos não conhecem alguns dos doces que fazem sucesso em outras regiões.

Acredite se quiser: muitas pessoas no Norte não sabiam o que era pamonha, muitos no Nordeste não sabiam o que era ambrosia, muitos no Sul não sabiam o que era bolo de rolo, no Sudeste alguns se quer sabiam o que era cupuaçu e, no Centro-Oeste, onde moro, poucos sabem o que é cuca.

Todos esses doces acima são pratos ou ingredientes que, em suas regiões, são extremamente famosos, e pelo Brasil também, mas que, por vezes, não fura bolhas e não chega até todos. Por isso montei a lista abaixo pra falar um pouco sobre essas delícias que deveriam ser conhecidas não só no Brasil, nem no mundo, mas no universo inteirinho. Confira:

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Pamonha e curau

Centro-Oeste: pamonha doce e curau

Você leitor do O Hoje, provavelmente é do Centro-Oeste, já que mais de 80% do nosso público é dessa região. Mas acredite, há muitos lugares onde a pamonha não chegou ainda. Se você foi ou vai pra alguma região extrema do Norte ou Sul do Brasil saiba: é quase impossível achar uma pamonha. E como esse texto fala de doces estou me referindo à pamonha doce, claro, e também o curau. 

A pamonha, como sabemos, é um doce de milho que, durante seu processo, é colocado em “formas” feitas pela própria palha e toma forma mais rígida, mas ainda sim macia, graças à goma presente no milho. Já o curau tem um processo um pouco mais complexo, e se torna algo parecido com um pudim. Com canela fica mais incrível ainda.

Bolo de rolo e mungunzá

Nordeste: bolo de rolo e mungunzá

Bolo de rolo é algo tão simples, e tão maravilhoso. Uma massa fininha enrolada junto a goiabada até que se torne um aspecto de rocambole, mas chamado de bolo. O importante é que é bom e, no Nordeste se acha de todo tipo e tamanho. Já vi à venda em diversos lugares do Centro-Oeste e Sudeste, mas no Sul e Norte são bem difíceis de encontrar.

Já o mungunzá não passa de uma canjica muito melhor. É uma iguaria doce feita quase sempre de grãos de milho-branco levemente triturados, cozidos em um caldo contendo leite de coco ou de vaca, açúcar, canela em pó ou casca e cravo-da-índia. Pode lembrar canjica, mas é nortenho e é incrível.

Bombom de cupuaçu e x-caboquinho

Norte: bombom de cupuaçu, cartola e x-caboquinho

Esses aqui são uns dos mais injustiçados, pois fazem sucesso quase que no Brasil todo, mas encontrá-los é muito difícil. Desafio alguém a achar bombons de cupuaçu no Centro-Oeste, Sul ou Sudeste, é quase impossível, a maioria das pessoas apenas encomendam ou comem por lá mesmo, “alô empreendedores do Norte”. O bombom de cupuaçu é encontrado a rodo lá pelo norte em diversos formatos, mas quase sempre o mesmo por dentro: uma fina camada de chocolate recheada em abundância pelo doce do cupuaçu (não o creme, o doce mesmo, real e tradicional) cremoso, açucarado na medida certa e, às vezes, com pedaços de castanha-do-Pará. Sem palavras.

Já a cartola é um pouco mais democrática e comum pelo país, mas ainda assim não muito fácil de encontrar. Trata-se de um prato agridoce de bananas fritas em manteiga ou óleo, queijo de coalho ou de manteiga derretidos colocados em cima das bananas fritas, e cobertura, que pode ser a mais tradicional de canela e açúcar ou outras mais elaboradas como calda de chocolate. No mesmo estilo também existe o x-caboquinho, um lanche, normalmente consumido no café da manhã feito com pão-francês recheado com banana pacovã madura frita, queijo coalho, manteiga e lascas de tucumã (fruto típico do norte como o cupuaçu).

Ambrosia e chuvisco

Sudeste: ambrosia e chuvisco

Admito, ambrosia pode até ser famosa, mas eu, vindo do Mato Grosso, conheci apenas em Goiás. Diz a lenda que é um doce típico de Minas Gerais. A ambrosia é feita Leite, ovos, açúcar, casca de limão, cravo e canela. Leva tudo ao fogo, cozinha e, depois de frio, serve! Pronto, esta é a receita simples da ambrosia, doce tradicional da culinária mineira. Simples e imperdível!

Outro doce “sudestino”, é mais novo e surgiu no interior do Rio de Janeiro. Se trata do chuvisco, doce feito à base de ovos. Parece ser uma versão alternativa do brigadeiro para que os cariocas ou fluminenses, não sei, pudessem dizer que criaram um docinho de festa também. É praticamente o símbolo e identidade dos campistas, seja lá o que for isso.

Cuca e Sagú

Sul: cuca e sagú de vinho

A saga dos doces termina aqui com outros doces muito específicos e peculiares. Assim como no Norte do Brasil, o Sul tem suas relíquias açucaradas bem tradicionais. A cuca, por exemplo, pode ter variações pelo Brasil, mas a original consiste em um pão recheado com a famosa chimia (basicamente doces, ou geleias de frutas) e com uma farofa doce e amanteigada por cima. Tem a cuca de uva, de banana com canela, de goiabada, de chocolate, de tudo e deliciosas. Eu, que cresci em uma cidade interiorana do Mato Grosso “colonizada” por pessoas do Sul do Brasil conhecia desde sempre essa delícia, mas no Brasil ela não é muito famosa, não.

Assim como a cuca, o sagú de vinho é de meu conhecimento desde sempre, e também pouco conhecido no Brasil. O prato é bem simples: feito com bolinhas de fécula de mandioca cozidas e embebidas no vinho tinto. Porém, é também comum o uso de leite ou diferentes sucos para o cozimento, afinal crianças também comem e ninguém quer pequenos alcoolizados.

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