Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Jovair lança candidatura e promete novos rumos

Deputado quer, caso eleito, resgatar o protagonismo da Câmara dos Deputados e mudar a visão que a sociedade tem da Casa

Postado em: 11-01-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Deputado quer, caso eleito, resgatar o protagonismo da Câmara dos Deputados e mudar a visão que a sociedade tem da Casa

MARDEM COSTA JR.

Odeputado federal Jovair Arantes (PTB) lançou oficialmente sua candidatura na tarde de ontem, em evento que contou com a presença de várias lideranças políticas nacionais e goianas.

A  presença de Rogério Rosso (PSD-DF), concorrente direto de Jovair, surpreendeu os presentes ao evento. A aparição foi classificada pelo petebistacomo um “ato de desprendimento”. Rosso admitiu a possibilidade de composição com o petebista. “Em política, as coisas são como nuvens”, diz. O candango, segundo os bastidores, pode sair da disputa por falta de apoiadores.

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Arantes iniciou o discurso de lançamento defendendo o trabalho os deputados, que estariam sendo vítimas de uma visão negativa por parte da sociedade e do Judiciário, em decorrência das investigações da Operação Lava-Jato. “A grande maioria dos deputados são honrados, importantes no processo de construção democrática”, pontua.

Jovair, também líder do PTB, criticou o agachamento da Câmara, conforme disse ontem a O HOJE. “Nós não podemos ter uma Casa tutelada pela Justiça, olhada de cara feia pela sociedade, como tem acontecido. Essa Casa é a mais alta representação da República e da democracia brasileira e precisa ter alguém que assuma o comando e possa fazer as mudanças necessárias, e são muitas”, enfatiza.

O petebista salientou ainda a necessidade de dar transparência à administração da Câmara. “A sociedade precisa saber o que está acontecendo aqui”. Caso eleito, Arantes promete se empenhar para colocar em votação as  matérias de interesse do governo Temer, no entanto sem garantir que serão aprovadas. 

“Quem vota é o deputado e a eles cabe decidir se o projeto é bom ou ruim para sua comunidade e ao País”, finaliza.

Plataforma

Jovair Arantes listou oito propostas em sua plataforma de campanha em panfltos e vídeos destinados aos deputados, tendo como destaque o resgate do protagonismo da casa legislativa, a revisão do regimento interno do órgão e a não realização de sessões de votação durante a madrugada. 

O petebista conta com o apoio explícito apenas do seu partido e articula-se para angariar votos entre os deputados descontentes com Maia e com o governo de Michel Temer (PMDB). 

Baixo Clero

Os parlamentares do baixo clero, que possuem pouca ou nenhuma relevância, são considerados fundamentais para a eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados.

Para conquistá-los, Jovair,  Rosso e o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), devem viajar pelo país em busca de apoios que lhes garantam o total de 257 votos necessários para a disputa, preferencialmente ainda em primeiro turno.

Estima-se que pelo menos 300 deputados sejam considerados de baixo clero. Muitos destes estão ligados ao Centrão, que reúne parlamentares de partidos considerados conservadores, como PP, PR, PTB, PSD e legendas nanicas. 

O grupo foi articulado pelo ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e foi fundamental para a vitória do peemedebista, cassado em outubro de 2016, considerado fundamental para a queda de Dilma Rousseff.

Maia, eleito para um mandato-tampão após a renúncia de Cunha, conta com um apoio discreto do Palácio do Planalto e das cúpulas do PSDB, DEM, PPS, PV e parte do PSB. 

O democrata pode ter a candidatura suspensa, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue procedentes dois recursos de deputados que questionam sua postulação.

Efeito Severino

Nos bastidores os aliados de Arantes esperam repetir o “efeito Severino”, quando o deputado Severino Cavalcanti (PP-PE), conhecido como o “rei do baixo claro”, foi eleito em 2005. Cavalcanti derrotou Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) em segundo turno. 

O petista contava com o apoio do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a eleição do pernambucano abriu umacrise política no governo Lula, contornada somente após a renúncia de Severino, sete meses depois da eleição.

Cavalcanti tinha uma plataforma claramente benéfica aos interesses dos deputados, como a melhoria da infraestrutura física da Câmara e a concessão de benefícios e aumentos salariais. Aliados de Maia enfatizam nos bastidores que Jovair seria um “novo Severino”.

 

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