STF não hesitará diante de desafios, afirma Celso de Mello em homenagem a Teori

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também prestou homenagem a Zavascki

Postado em: 01-02-2017 às 16h00
Por: Toni Nascimento
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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também prestou homenagem a Zavascki

O
ministro mais antigo do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, afirmou
hoje (1º) que a Corte seguirá o exemplo do ministro Teori Zavascki e “não
hesitará” diante dos desafios que repercutem “quase imediatamente” no
STF.

Celso
de Mello discursou antes da abertura do ano judiciário no Supremo, em uma
sessão solene em homenagem a Teori Zavascki, que morreu no último dia 19 na
queda de um avião em Paraty, no litoral do Rio de Janeiro.

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Teori
Zavascki era responsável por 7,5 mil processos no STF, incluído cerca de 120
relacionados à Operação Lava Jato, maior investigação de corrupção na história
do país, que envolve o julgamento de dezenas de políticos com foro
privilegiado. Com a morte do ministro, é grande a expectativa a respeito do futuro
da operação no Supremo.

“O
Supremo Tribunal Federal, atento às anomalias que pervertem os fundamentos
ético-jurídicos da República e inspirado pela ação exemplar do saudoso ministro
Teori Zavascki, na repulsa vigorosa a atos intoleráveis que buscam capturar,
criminosamente, as instituições do Estado, submetendo-as, de modo ilegítimo, a
pretensões inconfessáveis em detrimento do interesse público, não hesitará,
agindo sempre com isenção e serenidade e respeitando os direitos e garantias
fundamentais assegurados pela Constituição, em exercer, nos termos da lei, o
seu magistério punitivo, com a finalidade de restaurar a integridade da ordem
jurídica violada”, discursou Celso de Mello.

No
início da cerimônia, a ministra Cármen Lúcia ressaltou a “simplicidade” da
homenagem a Teori como um tributo ao próprio estilo mantido pelo ministro
durante sua carreira, que foi marcada pela discrição.

Ministério
Público Federal

O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também prestou homenagem a
Zavascki. Em nome do Ministério Público Federal (MPF), ele elogiou a atuação do
ministro.

“A
prudência, o senso de Justiça, a fortaleza, o equilíbrio, a esmerada técnica, a
seriedade, a honradez, enfim, o ministro Teori agregava características únicas,
tornando-o uma pessoa inesquecível e um magistrado ímpar”, disse Janot.

Janot
mencionou também as circunstâncias trágicas da morte de Teori Zavascki.
“Muitos acreditam em destino ou na máxima ‘já estava escrito’. Pode ser,
mas se assim for, fica a indagação de qual terá sido o propósito do roteirista
desse incompreensível episódio”, disse Janot.

A
sessão solene contou com a presença dos cerca de 50 funcionários e dos três
juízes auxiliares que trabalham no gabinete de Teori Zavascki. Um dos juízes
auxiliares, Marcio Schiefler, que ocupava um cargo de confiança, já se desligou
do STF. Os funcionários concursados permanecerão para trabalhar com o ministro
que ocupará a vaga de Teori.

(Agência Brasil) 

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