Ao contrário do Progressistas, PSD não quer secretaria com Caiado em 2022

Partidos são alguns dos principais concorrentes na disputa pela vaga de senador na chapa caiadista

Postado em: 26-10-2021 às 08h50
Por: Marcelo Mariano
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Partidos são alguns dos principais concorrentes na disputa pela vaga de senador na chapa caiadista | Foto: Reprodução

Marcada para esta terça-feira (26), a posse de Joel Sant’Anna Braga, irmão do presidente do Progressistas (PP) em Goiás, Alexandre Baldy, como secretário de Indústria, Comércio e Serviços no governo estadual inaugura mais um capítulo da corrida pelo Senado.

Ex-deputado federal e ex-ministro das Cidades, Baldy é pré-candidato a senador. Seu último cargo público foi o de secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, função da qual pediu demissão na semana passada justamente para se concentrar em sua campanha.

No início do mês, o PP aceitou fechar uma aliança com o governador Ronaldo Caiado (DEM/União Brasil), mesmo sem a garantia de que terá a vaga de senador na chapa caiadista.

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Como efeito, o partido indicou o novo titular da Secretaria de Indústria, Comércio e Serviços (SIC) no lugar de José Vitti, que deve concorrer a deputado estadual nas próximas eleições. Apesar de não ser dito publicamente, comenta-se, nos bastidores, que essa movimentação do PP reforça a candidatura de Baldy.

Outro pré-candidato a senador é Henrique Meirelles (PSD), ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda. Atualmente, ele é secretário da Fazenda em São Paulo, mas, diferentemente de Baldy, ainda não deixou o cargo no governo paulista.

O presidente do PSD em Goiás, Vilmar Rocha, disse à reportagem do jornal O Hoje que Meirelles provavelmente pedirá demissão “até o final do ano, depois das prévias do PSDB”, marcadas para 21 de novembro e que têm o governador de São Paulo, João Doria, como um dos candidatos. 

Em relação à aliança do PP com Caiado, o presidente estadual do PSD afirma que ela “não atrapalha” a estratégia do partido e negou que haja negociações sobre uma possível composição entre Meirelles e Baldy  por meio da vaga de suplente de senador.

Vilmar ressalta que, ao contrário do PP, o PSD não tem como objetivo comandar uma secretaria no governo estadual. “Temos apenas duas prioridades: indicar o candidato a senador e formar chapas fortes para deputado estadual e federal.”

Vale dizer que a vontade do PSD é indicar o candidato a senador na chapa caiadista. Porém, uma aliança com outro governadoriável não é descartada. Segundo Vilmar, o partido está mesmo “mais próximo de Caiado”, mas a definição só ocorrerá em 2022. 

Base

Como Caiado antecipou o acordo com o MDB, que definiu o presidente do partido em Goiás, Daniel Vilela, como seu candidato a vice-governador no ano que vem, resta a vaga de senador para negociar e, por isso, a tendência é que este seja o grande assunto durante os próximos meses.

A aliança com o MDB gerou insatisfação entre alguns nomes da base governista, como o prefeito de Catalão, Adib Elias, e o deputado federal José Nelto. Filiados ao Podemos, ambos são ex-emedebistas. Em 2018, eles brigaram com Daniel e apoiaram Caiado.

Há outros insatisfeitos que acreditam ter perdido espaço, como o deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, Lissauer Vieira (PSB). Sem dúvida, esse é um tema delicado com o qual Caiado precisa lidar. Por outro lado, é fato que os últimos movimentos do governador indicam uma ampliação de sua base.

Além do PP de Baldy, o MDB de Daniel já tem cargos na gestão, o que provocou alterações na estrutura do oitavo andar do Palácio das Esmeraldas, e tende a aumentar sua participação com a iminente reforma do secretariado. Embora o PSD não mire no primeiro escalão, a eventual presença do partido na chapa de Caiado também dará uma maior sustentação à base governista.

Senadoriáveis

Baldy e Meirelles não são os únicos que buscam a vaga de senador com o apoio de Caiado. Delegado Waldir (PSL/União Brasil), Zacharias Calil (DEM/União Brasil), Luiz Carlos do Carmo (MDB) e João Campos (Republicanos) seguem de olho

Desses quatro, apenas o último estaria mais inclinado a caminhar com o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), que deve ser o principal candidato de oposição em 2022. (Especial para O Hoje)

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