Aliança PT-PSD em Goiás é ‘pouco provável’, diz Vilmar

No plano nacional, Lula teria demonstrado interesse em ter Rodrigo Pacheco como vice

Postado em: 07-12-2021 às 09h30
Por: Marcelo Mariano
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No plano nacional, Lula teria demonstrado interesse em ter Rodrigo Pacheco como vice | Foto: Reprodução

O presidente do PSD em Goiás, Vilmar Rocha, disse, em entrevista à reportagem do jornal O Hoje, que uma aliança entre PT e PSD no estado, apesar de não ser impossível, é “pouco provável”.

Segundo Vilmar, o PSD goiano mantém conversas com todas as forças políticas, inclusive o próprio PT. “Recentemente, eu conversei, a pedido dele, com o professor Wolmir Amado [pré-candidato petista ao governo estadual]. A possibilidade de aliança é muito baixa, mas vamos ver como ficará o cenário nacional.”

O jornal O Globo revelou que, na última sexta-feira (3), o ex-presidente Lula (PT) se reuniu com Adalclever Lopes, coordenador da campanha do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), ao governo de Minas Gerais.

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O pano de fundo da conversa teria sido uma eventual composição entre PT e PSD na disputa presidencial. A ideia de Lula seria contar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como seu candidato a vice.

Vilmar afirma que, no momento, não tem como avaliar essa informação. “Viajo para São Paulo na semana que vem e só vou me inteirar sobre o assunto depois de conversar com o Kassab [presidente nacional do PSD].”

Porém, o presidente do PSD goiano aposta que as negociações com PT não devem vingar. “O projeto do PSD é ter candidatura própria. O Pacheco só vai tomar uma decisão no ano que vem. Se ele decidir não ser candidato, o partido terá que reavaliar.” 

Sem candidato, o cenário mais provável para o PSD, de acordo com Vilmar, é uma aliança com partidos do “centro democrático”, como MDB, PSDB, Podemos, Cidadania e União Brasil. “Mas a candidatura própria é a nossa prioridade”, frisa.

Nas últimas semanas, Lula tem feito movimentações no sentido de conquistar apoio desse mesmo campo político. Além de Pacheco, o petista demonstrou interesse na presença do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin em sua chapa.

Alckmin está de saída do PSDB. Após a vitória do governador de São Paulo, João Doria, nas prévias tucanas, sua permanência no partido ficou insustentável. Ele mantém conversas com PSB e PSD. No primeiro caso, pensando justamente na composição com Lula. No segundo, o objetivo tende a ser concorrer mais uma vez ao governo paulista.

Nos bastidores, alguns petistas argumentam que essa movimentação de Lula rumo ao centro e à centro-direita teria a finalidade de vencer as eleições de 2022 já no primeiro turno. Caso haja segundo turno, de acordo com eles, a situação pode ficar mais difícil para o PT.

Por sua vez, Vilmar declara que uma “vitória no primeiro turno é muito difícil”. Para ele, “essa estratégia do Lula é interessante de ser feita agora porque facilita composições no segundo turno”.

Em relação aos objetivos do PSD em Goiás, o presidente estadual do partido reforça que o plano A é a candidatura de Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda, ao Senado.

A definição da aliança só será feita no ano que vem. Embora os indícios apontem para composição com o governador Ronaldo Caiado (DEM/União Brasil), Vilmar faz questão de dizer que não há portas fechadas para outros governadoriáveis. “Converso com todos. Os cenários ainda estão muito embrionários e, lá na frente, temos que ouvir todo o partido.”

O PSD também trabalha pelo “fortalecimento de sua estrutura no interior” e de chapas de deputado estadual e deputado federal. “Queremos fazer três federais e seis estaduais”, vislumbra Vilmar. Atualmente, o partido conta apenas com Francisco Jr na Câmara dos Deputados e Lucas Calil e Wilde Cambão na Assembleia Legislativa. (Especial para O Hoje)

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