Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Contas públicas fecham agosto no vermelho

Para setembro, o Banco Central projeta aumento da dívida líquida para 50,8% do PIB, devido à queda do dólar

Postado em: 30-09-2017 às 08h00
Por: Guilherme Araújo
Imagem Ilustrando a Notícia: Contas públicas fecham agosto no vermelho
Para setembro, o Banco Central projeta aumento da dívida líquida para 50,8% do PIB, devido à queda do dólar

O setor público consolidado, formado
por União, os estados e os municípios, registrou déficit nas contas públicas em
agosto, de acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados ontem. O déficit
primário, receitas menos despesas, sem considerar os gastos com juros, ficou em
R$ 9,529 bilhões, abaixo do resultado negativo de R$ 22,267 bilhões em igual
mês de 2016.

Nos oito meses do ano, o déficit
ficou em R$ 60,850 bilhões, contra R$ 58,859 bilhões de janeiro a agosto de
2016. Esse foi o maior resultado para o período na série histórica do BC,
iniciada em dezembro de 2001.

Em 12 meses encerrados em agosto,
o déficit primário ficou em R$ 157,782 bilhões, o que corresponde a 2,44% do
Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no
país.

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Em agosto deste ano, o Governo
Central (Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional) apresentou déficit
primário de R$ 9,916 bilhões. Esse resultado negativo veio da Previdência
(déficit de R$ 16,888 bilhões), enquanto o Tesouro registrou superávit de R$
7,058 bilhões e o Banco Central, déficit de R$ 86 milhões.

Os governos estaduais registraram
superávit primário de R$ 78 milhões, e os municipais, resultado positivo de R$
421 milhões. As empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluídas
empresas dos grupos Petrobras e Eletrobras, tiveram superávit déficit primário
de R$ 111 milhões no mês passado.

Em agosto, os gastos com juros
nominais ficaram em R$ 36,012 bilhões, contra R$ 40,676 bilhões em igual mês de
2016. O déficit nominal, formado pelo resultado primário e os resultados de
juros, atingiu R$ 45,541 bilhões no mês passado ante R$ 62,943 bilhões de
agosto de 2016. Em 12 meses, encerrados no mês passado, o déficit nominal ficou
em R$ 581,309 bilhões, o que corresponde a 8,98% do PIB.

Dívida pública

A dívida líquida do setor público
(balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e
municipais) chegou a R$ 3,245 trilhões em agosto, o que corresponde a 50,2% do
PIB, com alta em relação a julho (49,6%).

Para setembro, o BC projeta
aumento da dívida líquida para 50,8% do PIB, devido à queda do dólar. A
projeção considerou o câmbio a R$ 3,13, enquanto em agosto, a cotação ficou em
R$ 3,15. A dívida pública sobe quando há queda do dólar, porque as reservas
internacionais, o principal ativo do país, são feitas de moeda estrangeira.

A dívida bruta (contabiliza
apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais) chegou a R$
4,768 trilhões ou 73,7% do PIB, com aumento de 0,6 ponto percentual em relação
ao mês anterior.

A estimativa para a dívida bruta
em setembro é de ligeira redução para 73,6% do PIB. Esse indicador foi afetado
pela devolução de R$ 33 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES) ao Tesouro Nacional, neste mês.

O BC também divulgou a revisão das
projeções para a dívida neste ano. A estimativa para a dívida líquida passou de
52,7% do PIB, projeção divulgada em junho, para 53,6% do PIB, considerada a
expectativa da cotação do dólar a R$ 3,16. A projeção para a dívida bruta caiu
de 77,5% para 76,2% do PIB. Nessa estimativa, o BC considerou toda a devolução
do BNDES ao Tesouro, neste ano, no total de R$ 50 bilhões. (Abr) 

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