Movimentações de Vanderlan sugerem que Mendanha dispute pelo PSD

Quem pensou que o senador Vanderlan Cardoso (PSD) se manteria alheio ao não participar da corrida eleitoral de 2022 estava enganado. A verdade é que Vanderlan tem trabalhado mais do que se imagina pelos bastidores da política goiana. Bem articulado, o mandatário tem conversado com lideranças na tentativa de tornar o cenário, até então conturbado, mais cristalino. 

No decorrer da última semana, por exemplo, Cardoso se reuniu com o propenso principal adversário do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) na eleição deste ano: o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Sem partido). O encontro deixou algumas lideranças de orelhas em pé.

Os motivos são vários. A começar pela predisposição do partido em caminhar com o governador em seu projeto de reeleição, tendo como indicado em sua chapa o nome de Henrique Meirelles, candidato do PSD ao senado. 

Mas o que mais impressiona na conversa entre os políticos foi um suposto convite de filiação feito por Vanderlan. “Ele quer que o Mendanha seja o candidato do PSD”, disse uma fonte de estreita relação com os membros do partido. Acontece que uma condição estaria em jogo: a saída de Meirelles da corrida pelo Senado. 

Se a costura se consolidar, muita coisa muda. Mas por enquanto o que se tem é um cenário onde Meirelles é “candidatíssimo”.  Conforme mostrado com exclusividade pelo O Hoje, apesar dos movimentos vagarosos, o pré-candidato ao Senado pediu para que sua equipe providenciasse, ainda essa semana, uma casa para instalação de seu comitê político. Setor Oeste, Sul, Bueno e Marista estão na mira. 

Mas ainda sobre o bate-papo entre Cardoso e Mendanha, o pré-candidato, segundo fontes próximas, não descarta  a possibilidade de disputar pelo PSD. Isso porquê, no passado, Meirelles teria deixado o MDB, rumo ao PSD já com esse objetivo em mente. E não há, agora, porquê titubear. O economista ainda conta com o entusiasmo de Vilmar Rocha, presidente da sigla, que apesar de transparecer maleável quer, no fundo, que Meirelles esteja na chapa encabeçada pelo governador. 

Outro detalhe é que Vilmar não teria afinidade, segundo figuras próximas, com  Mendanha. Nesse caso, há um amargo gosto de ter sido “atropelado”. Não é de hoje, inclusive, que ambos não se ‘bicam’. Apesar do trato republicano, divergências antigas, que passam pela condução da presidência do partido, ainda pautam pequenas atitudes.

As conversas recentes de que Meirelles poderia desistir da corrida deram ainda mais musculatura à ideia de ter Mendanha no PSD. Isso porque o prefeito de Aparecida figura como o principal governadoriável de oposição. Apesar de estar perto de se filiar ao Patriota, mantém diálogo com o Podemos. Mas, no fundo, gostaria de uma legenda maior. Com Meirelles fora do páreo, há quem acredite que o PSD seja, de fato, uma opção.

A conversa teve como pano de fundo a “boa notícia” para  os empresários dos setores de serviços, comércio e indústria que precisam, conforme narrou Gustavo em suas redes sociais, de financiamento do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO).

“Os juros para os três setores serão pré-fixados como já acontece para o setor de agronegócio. A informação foi confirmada ao senador nesta semana pelo Conselho Monetário Nacional do Banco Central”, escreveu o governadoriável em seu perfil no instagram. Questões eleitorais não foram citadas.

Já o senador Vanderlan, que também repercutiu o encontro em suas redes sociais, foi mais incisivo: “Muitos assuntos para tratar em pouco tempo, mas falamos de tudo um pouco. As boas notícias da queda de juros do FCO, o HMAP sob a administração do Albert Einstein e, é claro, a eleição 2022”, escreveu.