Segunda-feira, 08 de julho de 2024

Campanha de entidades sociais pendem voto em mulheres pretas

“Se somos quase 30% da sociedade brasileira, por que menos de 3% de nós é eleita?", afirma coordenadora da Cufa

Postado em: 23-08-2022 às 10h11
Por: Rodrigo Melo
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“Se somos quase 30% da sociedade brasileira, por que menos de 3% de nós é eleita?", afirma coordenadora da Cufa | Foto: Reprodução

A Central Única das Favelas (Cufa) e a Frente Nacional Antirracista (FNA) lançam a campanha Vote Nelas, com o objetivo de estimular eleitores a votarem em mulheres pretas. A cada 100 candidatos que são eleitos no Brasil, apenas três são mulheres pretas, informaram as entidades. A ideia da campanha é também atrair mais mulheres pretas a ocuparem os espaços de poder e, com isso, reverter o quadro atual.

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Uma estatística parcial feita pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as eleições deste ano revelou que 33% das candidaturas para um cargo político foram registradas por mulheres. Esse número cresceu em relação às eleições de 2018, quando o número de candidaturas de mulheres correspondeu a 31,8%.

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“A campanha é apartidária, mas entende que votar em mulheres pretas competentes é uma obrigação de quem deseja ver as mudanças que, até agora, não vimos”, disse a coordenadora da CUFA, Drika Martim, em nota.

A representante da Frente Nacional Antirracista, Anna Karla Pereira, também se manifestou por meio de nota. “Se somos quase 30% da sociedade brasileira, por que menos de 3% de nós é eleita? Esse quadro tem que mudar, para que a sociedade avance na busca por mais justiça social e equidade”, disse.

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De acordo com as entidades, a campanha fará ações de conscientização presenciais e online em todo o país durante o período eleitoral. Entre essas ações estão previstas rodas de conversas, lives, debates e campanhas nas redes.

Também para estimular as candidaturas de mulheres e negros, o Congresso aprovou que os votos dados a candidatas mulheres e a pessoas negras vão ser contados em dobro para a distribuição de recursos do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário entre os partidos políticos a partir das eleições deste ano. A medida vai valer até 2030.

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