Presidente da Petrobras pede reflexão sobre greve aos petroleiros

O executivo defendeu a atual política de preços e afirmou que as paralisações aumentam o endividamento da estatal

Postado em: 29-05-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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O executivo defendeu a atual política de preços e afirmou que as paralisações aumentam o endividamento da estatal

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, enviou ontem uma carta aos funcionários da estatal onde pediu reflexão sobre a interrupção anunciada pelos petroleiros para próxima quarta-feira (30). Para o presidente, este não é o momento adequado para mais paralisações. 

No documento, Parente chama os funcionários de “caros colegas” e disse ter certeza de que todos acompanham a “situação de grave crise que atinge o país” por causa da greve dos caminhoneiros. “Não acreditamos que seja com paralisações e com pressões para redução de nossos preços. Em nosso entendimento, isso teria justamente o efeito contrário: seria um retrocesso em direção ao aumento do endividamento, prejudicando os consumidores, a própria empresa, e, em última instância, a sociedade brasileira”, disse. 

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O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que o presidente Michel Temer pediu a Parente que fizesse um apelo para que a categoria não entre em greve neste momento, quando a BR Distribuidora está reabastecendo o país.

Carta

“Neste grave momento da vida nacional, convidamos todos a uma cuidadosa reflexão. Aportamos acima os aspectos que julgamos pertinentes a essa reflexão. E que tomem a sua decisão na direção do que acreditam melhor representar o interesse da sociedade e de nossa empresa”, conclui o texto de Pedro Parente.

O presidente lembrou que a Petrobras enfrenta o desafio de ajustar os preços combustíveis com base nas variações de mercado internacional para evitar perdas. “Somos produtores, importadores, exportadores e distribuidores de um produto cujo preço é diretamente afetado por mudanças no dólar e também por acontecimentos globais que estão fora do nosso alcance e controle. Nestas últimas semanas, vivemos um choque nestas duas variáveis: o preço do barril do petróleo atingiu US$ 80 e o dólar chegou a custar R$ 3,77. Isso fez com que nossos preços também subissem, levando a um enorme questionamento à nossa política de preços”. 

O executivo defendeu a política de preços adotada pela estatal. Na avaliação de Parente, a decisão da Petrobras de reduzir, voluntariamente, os preços do diesel nas refinarias em 10% por cinco dias permitiu avanços no diálogo entre o governo e os caminhoneiros. “Continuaremos participando da solução deste problema com uma atitude construtiva como temos feito desde o primeiro momento e estamos dispostos a novas contribuições, desde que sem prejuízos para a companhia”. 

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