Passos do PSB são incógnita para disputa eleitoral de 2024

Partido do vice-presidente Geraldo Alckmin tem três prefeitos - este ano perdeu dois para o MDB de Daniel Vilela

Postado em: 11-07-2023 às 07h30
Por: Yago Sales
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Sob a tutela de Geraldo Alckmin, há o burburinho de que o ex-governador Marconi Perillo poderia ir para o PSB | Foto: Câmara dos Deputados

Indiscutivelmente que o PSB é o segundo partido mais importante da República, com a pompa que o cargo de vice-presidente, no caso Geraldo Alckmin, carrega. Além de vice do presidente Luiz Inácio Lula da  Silva – e vice normalmente é tão-somente visto como algo figurativo, e pouco como verdadeiro labutador – Geraldo é ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio. 

Uma questão, no entanto, inquieta os atentos à crônica política goiana: o partido, com tal envergadura, com raras exceções, como a atuação do senador Jorge Kajuru, tem andado capenga rumo às urnas ano que vem. Presidido por Elias Vaz, que, após não conseguir reeleger-se deputado federal, se tornou secretário de Assuntos Legislativos do ministro da Justiça Flávio Dino – que é do PSB. 

Em abril, a reportagem do jornal O Hoje conversou com Kajuru sobre a federação entre o PSB e o PDT e aproveitou para tentar entender o que estava sendo discutido no âmbito do pleito municipal de 2024. Ao que o senador, que também é vice-líder do governo no Senado, respondeu: “Todas as cidades têm me procurado e eu falo com o Elias e peço opinião, autorização. Já fui procurado por Itumbiara, Caldas Novas, Cristalina. Só gente que quer se filiar ao PSB”. 

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Na edição do dia 6 de abril, o jornalista Wilson Silvestre, titular da Coluna Xadrez do jornal O Hoje, lembrava que o partido amargava “às traças” e que, ao Elias Vaz “perder a eleição, tratou-se de ajeitar a vida no Governo Federal e a legenda passou a ser uma ‘tapera no meio do pasto’. Seguir nessa toada e se o senador Jorge Kajuru – líder da legenda no Senado – não socorrer a ‘tapera’ socialista, dificilmente o PSB terá protagonismo na disputa para prefeitos e vereadores em 2024”, observou o jornalista.

Mas engana-se quem pensa que o diretório estadual foge às vistas de Carlos Siqueira, presidente nacional da legenda. Sob a tutela de Geraldo Alckmin, ainda sem o martelo batido, há o burburinho de que o ex-governador Marconi Perillo, atualmente no PSDB – partido do qual o atual vice-presidente foi um dos protagonistas nacionais por mais de 30 anos – poderia ir para o PSB. 

José Eliton, que foi vice-governador de Perillo e tentou corrida eleitoral pelo Palácio das Esmeraldas em 2018, pelo PSDB, atualmente está no PSB – inclusive, foi por intermédio do próprio Perillo para a legenda, com articulação de Alckmin. 

Atualmente, o partido tem apenas um deputado estadual: Karlos Cabral. Um senador: Jorge Kajuru. E quatro prefeitos: Adriano de Araújo, de Avelinópolis; Edson Bueno, de Montividiu; e Vilmar Kalunga, de Cavalcante.

O PSB tinha, até junho, João Henrique Silva, prefeito de Porteirão. Mas Silva deixou a sigla e filiou-se ao MDB do vice-governador e presidente da legenda Daniel Vilela, minando ainda mais a influência do partido no município. 

Outra perda do PSB foi Rita de Cássia, prefeita de Itaberaí que, na mesma direção de Silva, filiou-se ao MDB. Ao contrário do partido de Elias Vaz, Daniel Vilela tem feito o possível e o impossível para fortalecer a legenda para 2024, sem perder de vistas o pleito de 2026, quando deverá candidatar-se ao governo goiano. 

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