A relação ‘corda bamba’ de Professor Alcides e Vilmar Mariano

Se Vilmarzinho exonera nomes de Alcides, dará munição para que o deputado se levante contra sua reeleição

Postado em: 29-07-2023 às 08h30
Por: Rodrigo Melo
Imagem Ilustrando a Notícia: A relação ‘corda bamba’ de Professor Alcides e Vilmar Mariano
Se Alcides se posiciona como pré-candidato, perderá suas indicações no alto escalão da prefeitura | Foto: Reprodução

Olho no olho. Quem piscar perde. Basicamente esta é a situação posta entre o prefeito de Aparecida, Vilmar Mariano (Patriota) e o deputado federal Professor Alcides (PL), em vista das eleições municipais em 2024.

O federal, porém, se adiantou e tenta aglutinar mais forças para se opor a Mariano na disputa pela prefeitura. Como já reportado pelo O Hoje, o próprio deputado disse que tem conversado com diversas lideranças, principalmente os possíveis nomes com disposição de se lançarem candidatos a prefeito. 

No entanto, Alcides ainda possui dois nomes indicados ao secretariado na gestão de Aparecida. Eram três, mas devido aos seus últimos movimentos, acabou perdendo um — Erick Magalhães, da Cultura — na minireforma administrativa, quando houve troca de oito secretários. 

Continua após a publicidade

Os que ainda permaneceram foram o Professor Divino Eterno (Educação) e o Claudio Everson (Relações Institucionais). Porém, especula-se que esses cargos estão à mercê de qualquer movimento, seja qual for dos lados. O que se conversa nos bastidores é que Vilmar não decidiu trocar os secretários ainda, pois tem esperança de negociar com Alcides, e assim, fazer com que ele desista do projeto de oposição.

“O prefeito já declarou que os secretários são competentes e que acredita que o professor vai continuar na Câmara dos Deputado, que não levará esse projeto para frente, e ainda tem a palavra dele que irá apoiar a reeleição, porque o prefeito apoiou a dele para deputado federal. É importante Aparecida ter um deputado federal. Mas Alcides já foi candidato [a prefeito] outras vezes, e aparece liderando pesquisas. […] Se alguém não concorda com a gestão e tem a pretensão de ser pré-candidato, é até natural que os aliados saiam da gestão. Normal.”, disse uma fonte que é próxima de Vilmarzinho.

Se Vilmarzinho exonera os nomes indicados por Alcides, dará munição para o deputado se levantar contra o projeto de reeleição, alegando sofrer perseguição política. Se Alcides se posicionar como pré-candidato, é natural que as duas secretarias sejam trocadas.

O vereador Hans Miller (PSD) afirmou que seria coerente Vilmar dar espaço das secretarias a outro partido, mas que isso poderá acarretar em “prejuízos” ao seu projeto de reeleição.

“Na política você tem que ter uma visão de curto, médio e longo prazo. Daqui para dezembro muita coisa vai acontecer e temos que tentar o máximo possível manter essa pacificação para que no ano que vem tenha a possibilidade de ter uma coesão ampla. Se ele já ‘chutar o balde’ agora, certamente o ano que vem vai ter muito mais dificuldade de voltar a ter essa possibilidade de aliança de novo.”, declarou.

Vagas ao PT?

Há possibilidade dessas vagas serem preenchidas pelo PT, que já faz parte da base do prefeito e poderá, assim, compor com a gestão. Vale ressaltar que Vilmarzinho é próximo do petista goiano Olavo Noleto, atualmente secretário-executivo da Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula, e que já foi secretário de Projetos e Captação de Recursos da Prefeitura de Aparecida, durante a gestão de Mendanha.

Caso aconteça uma união dos partidos, não será surpresa. Historicamente, o MDB sempre teve o PT como um importante aliado. Apesar disso, Vilmar deverá evitar uma troca meramente política, e não técnica. Se houver uma troca por motivos políticos, mostrará fraqueza. 

Tensão no MDB

Vale lembrar que nesse imbróglio ainda há o presidente da Câmara de Aparecida André Fortaleza (MDB), que já se uniu com parte da oposição e deve se lançar pré-candidato a prefeitura. Inclusive, estabeleceu conversas com Alcides.

Assim como Mendanha, Vilmarzinho está de malas prontas para o MDB. Nos bastidores, o presidente da sigla em Goiás, Daniel Vilela, disse a Mendanha que não irá interferir na disputa em Aparecida. Se Vilela escolhe um nome, ganha (ou intensifica) a imagem de um líder divisionista, o que ele não quer.

Veja Também